Teve lugar no dia 2 de março uma reunião no Ministério da Economia sobre o impacto económico da epidemia de coronavírus, para a qual foram convocadas a CCP – Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, CIP – Confederação Empresarial de Portugal e CTP – Confederação do Turismo de Portugal. Foram igualmente convocados, através destas Confederações, os respetivos associados representativos dos setores mais relevantes em razão da matéria, estando presente um leque muito alargado de Associações Empresariais.

Do lado do Governo, esteve presente o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, a Ministra da Saúde e vários Secretários de Estado, bem como a Diretora-Geral da Saúde.

Do ponto de situação resultante das intervenções dos representantes empresariais destacam-se as seguintes conclusões:

  • As perturbações no funcionamento das empresas por falta de matérias primas ou componentes importados da China são, para já, pontuais e têm sido supridas (embora implicando agravamento de custos). A situação poderá, no entanto, agravar-se, dado o tempo de entrega de encomendas, à medida em que os stocks se vão esgotando.
  • Há perspetiva de redução de encomendas de clientes estrangeiros que venham a ter as suas linhas de produção interrompidas, ou menor procura.
  • Os setores ligados ao turismo sentem já uma redução significativa da procura, com cancelamentos de reservas e um sentimento generalizado de retração do mercado.

A grande incógnita prende-se com a duração da epidemia (bem como com a sua intensidade máxima). A recuperação dos efeitos nas empresas será mais dilatada no tempo do que a normalização da situação em termos de saúde pública.

Foi solicitado ao Governo que preveja uma resposta, nomeadamente em termos de facilitação do lay off e de apoio à tesouraria das empresas.

Foi comum a preocupação por evitar alarmismo e pela necessidade de proporcionalidade nas medidas a tomar em termos de saúde pública, tendo em conta as perturbações económicas e sociais que daí possam advir.

O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital afirmou que o Governo estará disponível para tomar medidas de apoio às empresas, que serão equacionadas à medida que a situação o justificar. Será mantido um estreito contacto para continuar a avaliar o impacto da epidemia na atividade das empresas.