por António Saraiva, Presidente da CIP
Publicado no Dinheiro Vivo, edição de 22.05.2021

Na minha missão de dirigente associativo, e em particular desde que estou na liderança da CIP, sempre procurei contribuir para encontrar um formato de cooperação que permitisse às Confederações de Empregadores falarem a uma voz coesa, procurando, simultaneamente e em cada circunstância, as formas mais adequadas para a expressão e defesa dos interesses comuns em matérias transversais às empresas no seu conjunto.

Esse formato de cooperação foi encontrado e, na passada terça-feira foi apresentado, em conferência de imprensa, o Conselho Nacional das Confederações Patronais, que reúne a CAP, a CCP, a CIP, a CPCI e a CTP.

Este Conselho surge neste preciso momento, não apenas porque é na adversidade que se torna mais evidente a necessidade de união entre quem enfrenta problemas comuns e partilha causas e valores também comuns.

Surge, sobretudo, porque é tempo de delinear estratégias de médio e longo prazo para reforçar e acelerar a recuperação e de colocar as empresas no centro dessas estratégias, o que exige a coesão das suas estruturas e dos seus representantes.

Assim, o Conselho Nacional das Confederações Patronais nasce sem que esgote ou substitua as cinco entidades que integra, mas reúne-as, no seu papel mobilizador do universo empresarial, com um objetivo em torno de duas preocupações, na matriz comum de quatro grandes causas e frente a cinco desafios partilhados pelas empresas.

O objetivo é, claramente, fazer ouvir uma voz coesa na defesa dos interesses comuns da comunidade empresarial, empenhada na construção de um futuro mais próspero e de um País mais desenvolvido, justo e coeso.

As duas preocupações são, no imediato, a preservação do tecido produtivo existente e, numa visão de médio e longo prazo, enfrentar os problemas que travam a produtividade, a competitividade e o crescimento das empresas.

As causas comuns que nos unem são claras:

  • O primado da iniciativa privada e da economia de mercado;
  • a defesa das empresas e a promoção do empreendedorismo;
  • a dignificação dos empresários e a valorização dos seus colaboradores;
  • o crescimento da economia e a partilha da riqueza criada.

Os desafios transversais que as empresas têm pela frente estão, também, identificados:

  • Recuperar clientes e mercados;
  • aumentar a competitividade à escala internacional;
  • captar e reter recursos humanos com as competências adequadas;
  • alcançar estruturas financeiras mais sólidas;
  • adequar os novos investimentos aos novos desafios, acelerando a introdução de novas tecnologias.

O Conselho Nacional das Confederações Patronais assume assim, na sua atuação, a defesa de um enquadramento favorável para que as empresas possam vencer estes desafios.

Fá-lo-emos certos do valor das empresas e na convicção que a iniciativa privada é o motor da economia.

Como tive oportunidade de afirmar, juntos iremos mais longe.