A CIP participou na “High-Level Conference “Participation of Women in the Labour Market – benefit for the society!”, que teve lugar em Zagreb, Croácia, nos dias 30 e 31 de janeiro.

A Delegação Portuguesa, para além da CIP, contou também um representante dos Trabalhadores e um representante do Governo, em concreto, da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE).

No âmbito da Conferência em apreço, organizada pela Presidência Croata do Conselho da União Europeia (UE), destaca-se a participação de Vesna Bedeković, Ministra da Demografia, Família, Juventude e Política Social da Croácia, Blaženka Divjak, Ministra da Ciência e Educação da Croácia, Kristina Posavec, Secretária de Estado para o Desenvolvimento da Sociedade Digital da Croácia, Maria Jepsen, Diretora-adjunta da EUROFOUND, para além de representantes da Comissão Europeia (DG Employment e DG Justice), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e vários investigadores de Institutos (por exemplo, Instituto Europeu para a Igualdade de Género) e Universidades da Europa.

Os assuntos debatidos na Conferência, que teve como temática central a participação das mulheres no mercado de trabalho, foram:

  • Oferta e procura de competências e profissões no mercado de trabalho, atendendo a uma perspetiva de género;
  • Dimensão do género nas novas formas de emprego (non-standard employment);
  • Cuidadores a longo prazo e participação das mulheres no mercado de trabalho;
  • Assédio (incluindo o assédio sexual) e violência no mundo do trabalho.

Em síntese, retiraram-se as seguintes conclusões da Conferência em referência:

  • Constatou-se, através de um diagnóstico da atual situação do mercado de trabalho na UE, que a participação das mulheres no emprego encontra-se abaixo do nível de participação dos homens;
  • Relevância e necessidade de se promover o aumento da presença das mulheres no âmbito das denominadas “stem skills” (competências na área da ciência, tecnologia, engenharia e matemática), atendendo à evolução que se regista atualmente no mercado de trabalho (digitalização do mercado de trabalho) e às profissões do futuro;
  • Necessidade de se combater os estereótipos de género desde a escola, através do próprio sistema de educação, bem como através de campanhas de sensibilização;
  • A importância de promover o aumento do empreendedorismo feminino, como forma de dar resposta às necessidades de conciliação entre a vida profissional e pessoal/familiar, aspeto em que a Croácia tem constituído um bom exemplo;
  • A necessidade de investir na promoção de estratégias de conciliação entre o trabalho e a família, como por exemplo, o aumento do investimento na rede de infraestruturas de apoio à primeira e segunda infância, tais como creches e centros de estudo para crianças;
  • No que respeita aos cuidadores, constata-se uma maior presença feminina neste setor, pelo que foi tido como necessário regular o setor dos cuidados (purple economy), nomeadamente ao nível da proteção social;
  • A importância da prevenção, informação e da sensibilização no combate ao fenómeno do assédio e da violência no trabalho.

Importa ainda salientar que, no final da Conferência, foi possível constatar que Portugal se encontra bastante avançado no que respeita às políticas de promoção da igualdade de género, tanto no que respeita ao acervo legislativo nacional, como relativamente às estruturas existentes e às medidas até hoje implementadas nesta área.