Inquérito mostra que, apesar de 30% das empresas que recorreram a este instrumento não terem recebido o apoio, até à semana passada, 84% de todas as que solicitaram a medida cumpriram integralmente os pagamentos de salários dos seus trabalhadores. Conheça aqui os resultados do inquérito.

Um terço das empresas que recorreram ao “layoff simplificado” já pediram a renovação da medida, segundo os dados do inquérito desenvolvido pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal, através das associações, hoje divulgados.

O estudo aponta, também, que 8% das empresas que não recorreram a este instrumento criado no âmbito da resposta à pandemia de covid-19 considera, ainda, recorrer à medida.

Este é o segundo inquérito do Projeto Sinais Vitais, uma iniciativa inédita desenvolvida em conjunto pela CIP e pelo Marketing FutureCast Lab do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, que tem como objetivo recolher informação credível e atualizada sobre o que pensam os empresários e gestores de topo das empresas portuguesas, no quadro da atual situação de exceção.

“Estes dados confirmam que existe a necessidade de manutenção da medida de layoff simplificado, mas que é necessário que tenha flexibilidade para se ajustar às necessidades das empresas de diferentes sectores”, afirmou o presidente da CIP, António Saraiva, na conferência de apresentação do estudo.

Das empresas inquiridas que recorreram ao “layoff simplificado”, 25% tiveram de colocar a totalidade dos seus trabalhadores nesse regime, enquanto 75% só tiveram de o fazer com parte dos trabalhadores.

António Saraiva salientou que, apesar de 30% das empresas que recorreram a este instrumento até 10 abril não terem, a 4 de maio, recebido o apoio, “mesmo assim, nas empresas que recorreram ao lay-off, cumpre registar que 84% delas cumpriram integralmente os pagamentos de salários dos seus trabalhadores”.

Os resultados do inquérito, que é operacionalizado pelas associações que integram a CIP, foi feito com base nas repostas dadas por uma amostra significativa de 1451 empresas, representativas do tecido económico português. Num cenário de amostra probabilística, terá um erro máximo de 2,6% e um intervalo de confiança de 95%.

Face aos dados registados no inquérito da semana anterior, o número de empresas em situação de encerramento total ou parcial aumentou ligeiramente, subindo 1,6 pontos percentuais, para 51,8%.