por António Saraiva, Presidente da CIP
Publicado no Dinheiro Vivo a 24.12.2022

Entramos em 2023 com um misto de esperança e ansiedade.
Esperança que vem dos primeiros sinais, ainda tímidos, de que a inflação começa a ceder. Esperança que vem, também, das perspetivas mais recentes de que a economia poderá escapar ao pior cenário, que apontava para uma recessão.
Ansiedade, porque enormes incertezas ainda ensombram o nosso futuro coletivo. Ansiedade, também, porque depois de dois choques consecutivos, 2023 será um ano em que a capacidade de resistência das empresas continuará a ser posta duramente à prova.

No imediato, o desafio mais exigente é o da resposta das empresas ao enorme aumento dos custos, salvaguardando, ao mesmo tempo, a sua posição nos mercados.
Numa perspetiva de médio e longo prazo, outro desafio é o de reequilibrarem os seus balanços, para serem capazes de investir e melhorar a sua capacidade competitiva. O aumento das taxas de juro, que está já a fazer-se sentir e decerto se agravará nos próximos meses, torna este desafio ainda mais premente, mas também mais exigente.
As empresas terão de adequar e programar novos investimentos face à incerteza dos mercados e aos desafios da transição digital e tecnológica, da economia circular e da descarbonização.

Não menos importante é a necessidade das empresas se dotarem de recursos humanos com as competências necessárias para se modernizarem e responderem a estes mesmos desafios.

A resposta está, em grande medida, nas mãos das empresas. No entanto, será condicionada pela orientação que for dada à política económica e pela dimensão, rapidez e eficácia das medidas que forem colocadas no terreno. Fiel às suas responsabilidades, a CIP continuará a pugnar por uma política económica capaz de potenciar a resiliência de que as empresas, mais uma vez, estão a dar provas.