Os mais recentes indicadores económicos são preocupantes. A CIP considera fundamental dar mais fôlego ao acordo de competitividade e rendimentos assinado há um ano. O Pacto Social propõe um caminho

A Confederação Empresarial de Portugal — CIP recebeu com enorme preocupação as previsões avançadas pelo Conselho das Finanças Públicas. Apesar de o CFP prever que a economia portuguesa este ano vai crescer 2,2%, trata-se de uma estimativa mais pessimista do que as divulgadas, no início do verão, pelo Banco de Portugal, OCDE e FMI. O arrefecimento económico na Europa e em Portugal está em curso acelerado nesta segunda metade do ano, o que aumentará a incerteza sobre a atividade económica nestes meses finais de 2023 e vai também refletir-se negativamente no próximo ano.

Neste ameaçador contexto de travagem, que implicará o abrandamento no ritmo de crescimento das exportações em resultado da degradação das perspetivas económicas previstas para os principais parceiros comerciais de Portugal — o que também afetará o investimento — a CIP sublinha a urgência de o Governo concretizar, sem mais perdas de tempo, novas políticas públicas realmente viradas para o investimento e a promoção da economia.

Como já é público, vão exatamente neste sentido as propostas que a CIP apresentou esta semana ao Executivo e que permitirão ter mais crescimento, mais rendimentos e ainda uma relação mais simplificada com a administração pública — o eterno obstáculo entre as pessoas e as empresas e o Estado.

O Pacto Social contém três pilares — crescimento, rendimento e simplificação —expressos em 30 medidas pensadas para dar resposta ao momento muito difícil que se aproxima, mas também para que seja dado um passo decisivo na resolução de obstáculos estruturais que prejudicam o desenvolvimento de Portugal nas mais diferentes áreas— educação, saúde, habitação, emprego jovem e sénior, entre outras.

O acordo de competitividade e rendimentos, assinado em 9 de outubro de 2022, exige mais trabalho, mais ambição e mais profundidade para que atinja os objetivos definidos —  e até possa ir mais além, sempre em benefício das pessoas e das empresas. O Pacto Social tem este fim único: favorecer alterações estruturais que permitam a criação e a distribuição de mais riqueza. A CIP assumiu este compromisso há um ano, agora renova esse passo e imprime mais determinação e força.