A disparidade entre as mais recentes projeções para o crescimento económico mostra bem a incerteza em torno da evolução da economia em 2021.
Antes de regressarmos à recuperação interrompida em novembro, o cenário tornar-se-á ainda mais duro nos próximos meses, atendendo ao confinamento decretado em janeiro.

Já está disponível aqui a publicação trimestral de análise de conjuntura Envolvente Empresarial – Análise de Conjuntura, referente ao quarto trimestre de 2020, uma iniciativa conjunta AEP, AIP e CIP.

Nesta edição realçamos:

  • A adoção final do Quadro Financeiro Plurianual da União 2021-2027 e do Programa de Recuperação Europeu.
  • A conclusão do Acordo de Comércio e Cooperação entre a União Europeia e o Reino Unido.
  • A aprovação da Estratégia Portugal 2030, dos princípios orientadores e da estrutura operacional do período de programação de fundos europeus da política de coesão relativo a 2021-2027.
  • As medidas destinadas às empresas no âmbito da pandemia da doença COVID-19 aprovadas em novembro e posteriormente reforçadas e alargadas em dezembro e já em janeiro, na sequência do novo confinamento geral decretado no dia 14.
  • O desagravamento da queda homóloga do PIB no terceiro trimestre, para -5,7% em termos reais, em resultado da recuperação em cadeia de 13,3%.
  • A deterioração acentuada do indicador de clima, em novembro, influenciada pela queda generalizada dos indicadores de confiança, que refletiram o efeito das medidas restritivas para tentar travar a segunda onda pandémica.
  • A manutenção da estimativa do Banco de Portugal para o PIB de 2020, “devido à conjugação de dois fatores de sentido oposto: a recuperação no terceiro trimestre foi superior ao antecipado, mas a evolução da pandemia e das medidas de contenção levaram à revisão em baixa da atividade no quarto trimestre”.
  • A revisão em baixa, pelo Banco de Portugal, da previsão de retoma do PIB em 2021 para 3,9%, em termos reais.
  • A redução da criação líquida de empresas e o aumento dos processos de insolvência aumentou em 2020, invertendo a tendência dos últimos anos.
  • A evolução mensal das exportações de bens, revelando um forte desagravamento homólogo entre abril e agosto e uma retoma ligeira em setembro, mas com as quedas a regressar em outubro e novembro, refletindo o regresso das medidas de confinamento nos nossos principais parceiros comerciais.
  • A tendência descendente da yield soberana de Portugal a 10 anos, para o que contribuiu a expectativa de alargamento do programa de compra de dívida do BCE, que se concretizou no início de dezembro, altura em que a yield diária atingiu, pela primeira vez, valores negativos.
  • A desvalorização de -6,1% do índice acionista de referência PSI-20 em 2020, após uma subida de 10,2% em 2019. A queda do índice refletiu os efeitos da pandemia na atividade económica, embora se tenha registado uma recuperação na parte final do ano.
  • O aumento da taxa de desemprego (para 7,8%, no terceiro trimestre, após 5,6% no trimestre anterior e 6,1% no homólogo), bem como da taxa de subutilização do trabalho (para 14,9%, após 14,0% no trimestre anterior e 12,2% no homólogo).
  • A evolução recente da população empregada, com um aumento de 0,6%, em novembro, em relação ao mês anterior e de 2,0% em relação a três meses antes, tendo diminuído 0,9% relativamente ao mesmo mês de 2019.
  • A continuação da recuperação em cadeia dos índices de preços das matérias-primas, no quarto trimestre.
  • A continuação dos valores negativos da taxa de inflação homóloga de Portugal, no quarto trimestre.
  • A apreciação da cotação média do euro face ao dólar em 2,0% no quarto trimestre e também no conjunto de 2020.
  • A deterioração do indicador de competitividade-custo da economia nacional face aos 37 principais parceiros, no terceiro trimestre, a refletir quer a apreciação nominal do euro quer novo aumento do diferencial positivo de variação dos custos laborais unitários.