A Ramirez & Cª (Filhos), SA, a mais antiga indústria de conservas de peixe do mundo em laboração, reuniu, no dia 7 de julho, ao fim da tarde, na sua unidade de Lavra, a «Ramirez 1853», parceiros e amigos, numa festa evocativa dos seus 170 anos de atividade. Entre os 300 convidados esteve a Ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, a Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, e a embaixadora da Finlândia, Satu Suikkari-Kleven.

A “Experiência Ramirez – Túnel do Tempo” revelou-se um evento imersivo único, em modo flashback, quer sobre a história da empresa e da indústria portuguesa das conservas de peixe, quer sobre o receituário de cada época, permitindo degustar sugestões gastronómicas de outras eras e de diferentes regiões do país onde a empresa teve instalações: Vila Real de Santo António, Albufeira, Olhão, Setúbal, Peniche e Matosinhos. Os convidados receberam, para o efeito, um passaporte, no qual podiam registar todas as degustações realizadas. A Ministra da Agricultura e da Alimentação participou inclusive numa animada sessão de showcooking, dinamizada pelo Chef António Alexandre.

A cerimónia contemplou ainda uma homenagem ao líder da empresa na modernidade, o senhor Manuel Guerreiro Ramirez, que faleceu em Março de 2022. Da autoria do escultor Filipe Mariares, foi descerrado um busto, que, doravante, acolherá, à entrada da loja-museu, todos os que visitarem a empresa.

UMA EMPRESA FAMILIAR NA QUINTA GERAÇÃO

A Ramirez é hoje liderada pela quinta geração da família homónima. Cada líder teve um contributo estratégico para a longevidade da empresa.

Fundação

O andaluz Sebastian Ramirez fundou, em 1853, em Vila Real de Santo António, a S. Ramirez, que se dedicava à salga de peixe (a partir de 1865, à moderna conserva de peixe em lata) e aos têxteis. Um anúncio no Anuário Comercial de 1906 comprova a coexistência das duas fábricas.

Expansão

A segunda geração expandiu o negócio. Manuel Garcia Ramirez criou uma das primeiras fábricas de latas do mundo; diversificou as espécies de pescado utilizado, instalou novas unidades produtivas em localidades estratégicas e fidelizou diversos mercados.

Globalização

Durante a 2ª Guerra Mundial, como Portugal era um país neutro, a Ramirez, já liderada pela terceira geração, fornecia a Cruz Vermelha e exportava para a Bélgica, Reino Unido e Alemanha. Após o conflito, Emílio Ramirez globalizou a conserva de sardinha portuguesa, a partir de novas unidades fabris no norte de Portugal.

Inovação

Manuel Guerreiro Ramirez, a quarta geração, foi o líder da modernidade. Ninguém foi tão pioneiro num setor tão tradicional. Desenvolveu máquinas únicas e o controlo de qualidade. Deu ao mundo a lata com argola de abertura fácil. Apostou na nutrição, em produtos funcionais, na robotização e na produção verde.

Digitalização

Manuel TM Ramirez, o atual presidente do conselho de administração, tem o desafio de levar mais além uma histórica missão de conservar! De responder aos desafios de uma nova economia alimentar em ascensão, mais gentil com o planeta e que visa a sustentabilidade. Com o apoio da “Ramirez 1853”, uma unidade ecológica e de vanguarda, técnica e tecnológica, procura inovar em diversos domínios, digitalizar processos produtivos e reforçar uma histórica vocação exportadora, inclusive no mercado digital.

PRINCIPAIS INDICADORES

A Ramirez, a mais antiga indústria de conservas de peixe do mundo em laboração, é, simultaneamente, a mais moderna e ecológica unidade do setor. Ramirez, Cocagne, The Queen of the Coast, Tomé, Al Fares ou La Rose são algumas das centenárias marcas que a Ramirez & Cª (Filhos), SA produz na «Ramirez 1853», uma unidade industrial tida, por auditores internacionais, como uma das cinco melhores do setor agroalimentar mundial. Produz mais de 200 referências. Do atum às sardinhas, com passagem pela cavala; bacalhau, lulas, carapau, potas, mexilhões, filetes de anchova ou patés. Com 220 colaboradores, produz 50 milhões de latas/ano e fatura €32 milhões/ano.

Ramirez investe 1 milhão de euros no fotovoltaico para ser energeticamente autossuficiente

Apostada em associar ao estatuto de “mais antiga indústria de conservas de peixe do mundo em laboração” o de “indústria de conservas de peixe mais ecológica”, a Ramirez está a investir na produção de energia verde.

A empresa tem atualmente já 100% da produção assegurada por energia verde, comprada à rede com o respetivo certificado, produzindo ainda energia (calor) com recurso a caldeira de biomassa e dispondo de um sistema de armazenamento e utilização da água da chuva para os circuitos de lavagem de latas e solo. Mas com o objetivo de se tornar energeticamente autossuficiente, está a investir um milhão de euros na instalação de painéis fotovoltaicos. Concluídas estão já as duas primeiras fases de instalação dos painéis fotovoltaicos na cobertura da fábrica “Ramirez 1853”, em Lavra, Matosinhos.

A terceira fase de instalação está prevista para o início de 2024, em área livre do solo, em parte dos 20.000 metros quadrados disponíveis. No final das três fases, a Ramirez produzirá localmente 70% da energia que a fábrica precisa com recurso a painéis fotovoltaicos, ou seja, 900 megawatts.

Fonte: Ramirez & Cª (Filhos), SA