O crescimento em cadeia entre outubro e dezembro situou-se entre os 0,3 e os 0,5%, embora a produção industrial tenha continuado a cair, um sinal de debilidade.

Com base nos indicadores analisados, o Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ISEG aponta para uma melhoria da atividade económica no último trimestre de 2023, recuperando da queda observada no trimestre anterior. O crescimento em cadeia terá sido um pouco mais forte do que projetado, em dezembro, pelo Banco de Portugal, admitindo-se que se tenha situado entre 0,3% a 0,5%. Esta recuperação terá sido sustentada pelo consumo privado e pela procura externa líquida. A evolução do investimento afigura-se menos definida e mais incerta.

A verificarem-se estes valores, confirma-se a anterior previsão do Barómetro CIP/ISEG para o crescimento do PIB em 2023 (2,2%). Em termos setoriais, destaca-se pela negativa a deterioração, em dezembro, do indicador de confiança das empresas industriais, bem como o decréscimo da produção industrial, que continua, embora menos intenso do que no segundo e terceiro trimestres de 2023.

O Barómetro refere ainda que a previsão de crescimento para a economia portuguesa em 2024 avançada no relatório anterior (entre 1% e 2%) se revela «relativamente incerta e muito condicionada pela evolução económica na área do euro e pela evolução das atuais tensões geopolíticas internacionais». As guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, além dos ataques no Mar Vermelho, aumentam a incerteza e os riscos.

Rafael Alves Rocha, Diretor-geral da CIP: «O último trimestre do ano correu melhor do que se esperava, a recessão terá sido evitada, o que é uma boa notícia. Os motores da procura interna e do consumo funcionaram, apesar do sector industrial continuar a cair. O problema é que o Natal não é todos os meses e muitas dúvidas rodeiam este arranque do ano. Para complicar, temos agora a crise no Mar Vermelho a entupir as cadeias de abastecimento. Se o problema se mantiver, os efeitos na inflação serão mais do que certos, o que fará adiar a redução das taxas de juro, um bálsamo que empresas e famílias anseiam. Com o país suspenso até à posse do novo governo, 2024 parece cada vez mais um ano economicamente em risco.»

Consulte o Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ISEG de janeiro aqui.