O Presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal reuniu hoje 15 mulheres de diferentes setores e funções com o objetivo de debater os desafios e, principalmente, as possíveis soluções para que se atinja a paridade de género nas funções de gestão das empresas.

Em antecipação da comemoração do Dia Internacional da Mulher, António Saraiva realizou o encontro “À mesa com…A gestão no feminino”.

“ É o arranque de um ciclo de debates, que iremos promover neste novo mandato que agora se inicia, com o objetivo de promover a identificação dos obstáculos que se colocam ao desenvolvimento das empresas e à capacidade de crescimento da economia portuguesa, que permita encontrar e propor soluções, agregando a sociedade portuguesa – os agentes económicos, políticos e sociais – ao processo”, explica o responsável da CIP. E adianta: “Queremos que a representatividade que a CIP tem na economia portuguesa – pelo número de associações e empresas que inclui, pelo número de trabalhadores que estas integram, pelo peso que têm no produto interno bruto – se traduza numa ainda mais forte dinâmica de participação, promovendo, intervindo e liderando processos na defesa de soluções para um mais robusto crescimento económico e para uma maior criação de riqueza. Queremos uma CIP mais interventiva, mais dinâmica e ainda mais ligada à sociedade”.

As dificuldades no equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar e, principalmente, a necessidade de empowerment das próprias mulheres, foram alguma das dificuldades identificadas pelas presentes para a promoção da liderança no feminino. “Quando avaliamos os fatores de atratividade das empresas, Portugal é o país onde o work life balance mais se destaca”, conta Inês Veloso, diretora de marketing e comunicação da multinacional de recrutamento Randstad, presente em 38 países.

Já Susana Coerver, CEO da FUEL, destaca a necessidade das mulheres se candidatarem aos cargos de liderança: “As mulheres acham que nunca têm as competências todas. É uma questão de autoconfiança, de sentirem-se capacitadas para cumprirem um objetivo”.

Uma questão que tem raízes em barreiras culturais. “Porque é que 30 anos depois continuamos a debater os mesmos temas? Temos recebido respostas aos nossos anseios, quer dentro das empresas, quer ao nível das políticas públicas. Se continuamos a debater os mesmos temas então, provavelmente, o problema reside em nós e teremos de fazer uma introspeção profunda”, nota a advogada e presidente do Lisbon Business Angels Club, Isabel Neves. “Somos nós que continuamos a ter barreiras. Temos de trabalhar as barreiras culturais, o empowerment feminino e a questão da liderança. E isso começa por trabalhar-se nas escolas. Porque o talento não tem género”, reforça.

Temas e alertas que a CIP levará a discussão em sede de Concertação Social, com António Saraiva a deixar ainda o desafio da eventual criação de um Conselho Estratégico da CIP para debater e aprofundar os temas da gestão e liderança no feminino.