António Saraiva assinalou o Dia Internacional da Mulher com um almoço com  30 mulheres, que desempenham cargos de topo nos mais variados setores.

Foi o último almoço de António Saraiva enquanto Presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, para assinalar o Dia Internacional da Mulher. A igualdade de género foi uma das grandes prioridades ao longo dos 13 anos de mandato e esse papel importante foi amplamente reconhecido pelas convidadas. Trinta mulheres, de idades diferentes, percursos e áreas muito distintas, que elogiaram o papel de António Saraiva na valorização do papel da mulher na sociedade portuguesa.

Numa curta intervenção antes do almoço, o Presidente da CIP, disse: “Defendo muito a ideia de que o talento, o mérito e a competência não têm género. É um ser humano, nós somos seres humanos e é como seres humanos que devemos ser tratados. Por isso, mais do que igualdade de género, defendo igualdade de oportunidades. As oportunidades têm mesmo de ser iguais”. E acrescentou: “Nós, na CIP, somos maioritariamente mulheres. Se bem que o movimento associativo empresarial seja esmagadoramente de homens.”

Uma das convidadas, Nelma Ferreira, empresária e Presidente da Confederação Empresarial da CPLP, foi a primeira mulher eleita para o cargo. E embora tenha uma vida profissional intensa, admitiu: “Eu sou mãe, tenho uma filha de sete anos e viajo muito. A vida da confederação e empresarial exige a minha ausência com frequência e viajo muitas vezes com sentimento de culpa. Mas se nós minimizarmos com estratégias: estar rodeadas de pessoas que ajudam e nos mentalizarmos que também podemos, já é um grande começo e contributo para seguir em frente.”

Lina Lopes, deputada do PSD à Assembleia da República e sindicalista, defendeu a importância de haver mais mulheres sindicalistas em Portugal e mais mulheres dirigentes. E sublinhou: “Nós só conseguimos efetivamente a igualdade entre homens e mulheres com homens como o António Saraiva e com outros homens que temos de trazer para junto de nós.”

Ana Jacinto, Secretária Geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal conhece bem a realidade em Portugal nestes sectores e partilhou: “Continuamos a ter as mulheres nos cargos mais baixos e isto é uma realidade. E quando tanto se fala na sustentabilidade nos três eixos, social, económico e ambiental, sabemos que é preciso haver igualdade de género para acelerar. Devíamos estar mais à frente, temos ainda muito para trabalhar.”

Inês Santos, Diretora de Relações Institucionais da Mercadona, lamentou que seja necessário assinalar o Dia da Mulher. Sublinhou o privilégio que sente ao trabalhar numa empresa com mais de 3.000 colaboradores em Portugal, em que 60% são mulheres, onde há igualdade de tratamento, de direitos e oportunidades, e em que o mérito é o critério para progressão interna. “Felizmente, trabalho numa empresa onde hoje, Dia Internacional da Mulher, é dia da Igualdade. O nosso mote é a igualdade, é com este modelo que trabalhamos.”

Para além das mulheres presentes no almoço, chegaram diversas mensagens ao longo do dia à CIP. Destaque para três. De Virgínia Rivera, empresária da Argentina escreveu: “obrigada, António e à CIP por serem tantas vezes a luz que nos ilumina o caminho e que, através do exemplo, chamam as mulheres para a arquitetura do futuro económico, que a todas nós diz respeito.” De Nancy Audin Allen, Presidente Conselho Empresarial da América: “Conheço o António Saraiva enquanto líder do associativismo empresarial em Portugal e muito o admiro pelo papel de diplomacia com que tem criado programas que projetam as mulheres para a liderança e que muito me tem inspirado para propor ideias semelhantes no meu país. Precisamos de líderes masculinos que se unem a nós, porque é uma questão de direitos humanos.” E Nino Lortkipanidze, empresária e Presidente das Mulheres na Tecnologia da Geórgia: “Agora, enquanto falamos a Geórgia está a luta pela sua escolha europeia e as mulheres são parte integrante. Nós aprendemos através dos nossos amigos europeus que igualdade não é apenas uma palavra bonita, é preciso resiliência, coragem e grande esforço para transformar as palavras em ações. Obrigada, António Saraiva, por dar o exemplo, pelo árduo trabalho e por acreditar em nós. Ficaremos para sempre gratos. Apoiou-nos desde o primeiro dia e somos eternamente gratos.”

No último mês de mandato, António Saraiva,  anfitrião do almoço, defendeu a importância da CIP continuar a defender a igualdade de género. Admitiu que a sua atitude e a sua forma de estar contribuíram para a forma como a CIP é vista pela sociedade e sublinhou: “Vocês têm uma força, e não é para ser simpático, é por reconhecimento daquilo que tenho identificado ao longo dos anos, vocês têm uma força anímica, vocês são mães, vocês são suportes das famílias. Vocês têm uma força que eu, como homem, invejo.”