O Barómetro da Conjuntura Económica CIP/ISEG de novembro destaca os efeitos positivos da queda da inflação e refere as consequências da crise política.

Depois de uma contração em cadeia do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,2% no terceiro trimestre, o Barómetro da Conjuntura Económica CIP/ISEG assume como mais provável que a dinâmica económica até ao fim do ano se revele relativamente mais positiva, ainda que não seja suficiente para inverter a desaceleração em termos homólogos.

A sustentar uma evolução mais favorável estará um enquadramento mais positivo, designadamente a descida da inflação a libertar o consumo privado, o investimento a crescer ou sustentar-se com base no PRR e a procura turística externa a crescer relativamente mais do que no terceiro trimestre.

Ainda assim, à exceção do comércio a retalho, a evolução dos indicadores de confiança registou, em outubro, descidas nos restantes setores: ligeira na construção, moderada na indústria, e mais substancial no setor dos serviços. Também o indicador de confiança dos consumidores voltou a cair.

A crise política desencadeada em 7 de novembro pode ter impacto negativo, embora uma possível contração do consumo provocada pela quebra da confiança não seja, para já, certa. Sem ter em conta o eventual impacto da crise política, os valores mais prováveis para o crescimento anual em 2023 estão em 2,1% ou 2,2%.

Armindo Monteiro, Presidente da CIP: “A queda da inflação está a ajudar a reduzir o impacto da travagem económica em curso, já que ajuda as famílias e as empresas no dia a dia. Os ventos contrários mantêm-se, no entanto, prevalecentes, agora também com o contributo da indefinição política que atravessamos e que se manterá durante longos meses. Os empresários e os gestores enfrentam um período de enorme incerteza nacional e internacional que, infelizmente, não será contrariada pelo Orçamento do Estado para 2024, que abdicou de intervir positivamente na economia. Este OE deveria estimular o investimento privado e incentivar a recapitalização das empresas, o caminho mais seguro para proteger o emprego. Até quando resistirá este dique? Receio que não por muito mais tempo.”

Consulte o Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ISEG de novembro aqui.