Luís Onofre é o novo presidente da Confederação Europeia da Indústria de Calçado. O atual Presidente da APICCAPS tomou posse no dia 24 de maio, no Palácio da Bolsa, no Porto, e sucede ao italiano Cleto Sagripanti. “Dedico esta nomeação à APICCAPS e a todas as empresas do nosso setor. É o reconhecimento público do esforço contínuo das empresas portuguesas ao longo das últimas décadas. Todos juntos, com determinação, conseguimos conquistar o respeito dos nossos parceiros europeus”, sublinhou.

Marcelo Rebelo de Sousa congratulou o presidente da APICCAPS, pelo “percurso notável” de “reinvenção do setor do calçado” de Luís Onofre, mas também de todos os dirigente associativos e empresários que “apostaram na diferenciação, no design e na subida na cadeia de valor do calçado português, vencendo contrariedades e posicionando-se em lugares cimeiros do mercado mundial e com crescente notoriedade internacional”. E não esqueceu os setores “complementares no modelo de cluster do calçado”, saudando, também, os empresários do têxtil e vestuário e da joalharia, entre outros “parceiros dos industriais do calçado”.

Com sede em Bruxelas, a CEC (Confederação Europeia da Indústria de Calçado) representa toda a indústria europeia de calçado. Uma indústria constituída por cerca de 21 000 empresas, responsáveis por mais de 278 mil postos de trabalho.

Luís Onofre assume como objetivo, no novo cargo, “reforçar o papel da confederação enquanto líder de uma rede de produtores europeus”. Luís Onofre promete uma colaboração estreita com as instituições de investigação e os centros tecnológicos no sentido de “promover o hub europeu da inovação”, com os designers e os diversos players da moda para “estimular a liderança da criatividade” na região e com as escolas de negócio tendo em vista o desenvolvimento de uma oferta qualificadora “mais em linha com o novo ambiente de negócios”.

O novo Presidente da CEC não esqueceu, igualmente, que o mundo mudou e que o ambiente de comércio livre que a Europa e a CEC têm promovido nas últimas décadas, está hoje ameaçado, por via da guerra comercial “decretada pelo presidente Trump a praticamente todos os seus parceiros comerciais”, da resposta da China, cuja imposição de tarifas adicionais “impõe uma imensa pressão competitiva em todo o mercado”, dos “muros” que o Brexit criou no coração da Europa e da ascensão de movimentos políticos extremistas “um pouco por todo o mundo”.

A incerteza “tornou-se a norma”, garante Luís Onofre, lembrando que a incerteza “é o maior inimigo” das empresas. Mas a incerteza não advém, apenas, da política. “Toda a base do negócio está a ser desafiado” pelas mudanças de gostos e tendências dos novos consumidores, pela alteração do retalho e do desenvolvimento crescente dos novos canais de vendas online, pela Indústria 4.0 ou pelos desafios da sustentabilidade que obrigam a novas respostas ao nível dos materiais, mas cabe aos líderes associativos “ajudarem as empresas a prepararem-se para todas estas mudanças”.

Fonte: APICCAPS

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