“É fundamental conciliar ambições climáticas com necessidade de garantir a competitividade das empresas europeias”
Os objetivos do Pacto Ecológico e a ambição de reduzir as emissões de carbono em 55% até 2030 são aceites e defendidos pelas empresas. A questão que se coloca é de como atingir estes objetivos, e como os atingir sem destruir as empresas europeias e a sua capacidade para competir, investir, inovar e encontrar soluções tecnológicas para os problemas que enfrentamos.
É necessário encontrar um equilíbrio entre as ambições a que nos propomos e a realidade.
- Em primeiro lugar, é necessário relembrar que a União Europeia é responsável por apenas 8% das emissões de carbono globais. Isto significa que qualquer ação europeia será insuficiente face aos desafios das alterações climáticas – as ambições europeias devem necessariamente ser acompanhadas a nível mundial.
- As empresas europeias estão a enfrentar dificuldades resultantes da crise, para além de um crescente peso legislativo em várias áreas que afetam profundamente o seu funcionamento diário. É preciso dar tempo e apoio à transição, bem como dar espaço às empresas para trabalharem, tendo em consideração as condições de concorrência num contexto global.
- Sobrecarregar a União Europeia com legislação que não seja realista, levará apenas a um maior risco de fuga de carbono, e não contribuirá para atingir o grande objetivo que é o de mitigar as alterações climáticas.
O pacote de propostas hoje apresentado pela Comissão Europeia contém propostas legislativas em várias áreas e irá impactar as empresas europeias como um todo, nomeadamente fornecedores de energia, indústria transformadora empresas tecnológicas e de desenvolvimento de produtos, e serviços.
O processo de análise só agora está a começar, mas o Presidente António Saraiva alerta para os riscos que já se identificam: “Estamos na direção certa, e alguns instrumentos legislativos irão ajudar na transição para a descarbonização da economia. Mas é necessário assegurar, acima de tudo, previsibilidade legislativa, dado que muitas empresas estão já a adiar investimentos importantes. Também é necessário assegurar uma partilha justa de esforços entre todos os sectores da sociedade. Nos últimos 15 anos a indústria europeia reduziu as suas emissões em 35%.”