Com o objetivo de fortalecer a cooperação bilateral nas áreas do clima, digital e saúde, decorreu hoje, no Porto, por via digital, a mesa-redonda de negócios entre a União Europeia e a Índia (vídeo disponível aqui). O encontro desenrolou-se à margem da Cimeira UE-Índia e teve o apoio da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. A oportunidade da iniciativa foi elogiada pelas empresas, que apontam, agora, um caminho: a assinatura de um acordo de comércio com capacidade para aprofundar as relações bilaterais e os investimentos recíprocos.

António Saraiva, presidente da CIP: “Hoje, juntámos os representantes europeus e indianos do sector privado com o objetivo de potenciar as relações económicas e construir uma plataforma que permita a cooperação e crie oportunidades aos empreendedores. Estabelecemos uma agenda ambiciosa. Queremos não apenas aproximar os nossos empresários, mas também definir a agenda em múltiplas áreas, para que as empresas se tornem veículos da aproximação entre os dois blocos económicos. Acreditamos que o MoU [disponível aqui] que assinamos hoje com a Confederação da Indústria Indiana permitirá libertar todo o potencial das relações bilaterais entre Portugal e a Índia.”

Chandrajit Banerjee, diretor-geral da Confederação da Indústria Indiana: “A indústria indiana dá as boas-vindas ao recomeçar do acordo de comércio Índia-UE e está pronta a apoiar as negociações de todas as formas possíveis. Um acordo de comércio deve ajudar a UE a ter mais acesso a um enorme mercado e, também, deve ajudar a Índia a ter acesso a tecnologia que pode representar um up-grade quantitativo para a economia indiana.”

Markus J. Beyrer, diretor-geral da Business-Europe: “O relançamento, ocorrido hoje, das negociações do Acordo de Livre Comércio é um passo essencial para ambas as economias. A Índia e a UE vão conseguir tirar importantes vantagens do fortalecimento da cooperação bilateral nas áreas do clima, digital e saúde. A UE é o 11º parceiro comercial da Índia, representando de cerca de 11 por cento do total do comércio com o sub-continente e cerca de 80 mil milhões de euros. A UE é, também, o maior investidor na Índia. As duas partes devem aproveitar esta janela de oportunidade, baseada na partilha de valores e no respeito pelo multilateralismo assente em regras definidas, para tirar benefícios das oportunidades económicas mútuas que irão ser criadas.”

A cimeira que ocorreu no Porto cria às empresas a expectativa de que o momento positivo vai manter-se e que a ambição continuará elevada durante as negociações do Acordo de Comércio Livre. A Europa e a Índia têm fores relações históricas e económicas e, além disso, também a tradição de cooperarem de perto e de se apoiarem mutuamente. Esta abordagem já tem vários séculos e é particularmente importante durante este desafiante período marcado pela crise provocada pela Covid-19.