Estudo da Informa D&B com o Conselho de Saúde, Prevenção e Bem-Estar da CIP

As empresas do setor privado da saúde em Portugal geraram em 2022 um valor acrescentado bruto superior a 6,7 mil milhões. Os dados são revelados por um estudo da Informa D&B, numa parceria com o Conselho de Saúde, Prevenção e Bem-Estar da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, que tem por base a prestação de contas do exercício de 2022 das empresas estritamente relacionadas com a saúde que operam em Portugal.

Este estudo, que vem na sequência de idênticos trabalhos desenvolvidos em anos anteriores, vem comprovar que a que o setor privado da saúde tem investido, criado emprego qualificado e contribuído para a economia e para a saúde em Portugal.

A análise feita pela Informa D&B apurou a existência de mais de 31 mil empresas neste setor, que contribuíram com um valor acima dos 1.000 milhões de euros em IRC e contribuições diretas, como a TSU. Quanto ao seu impacto no emprego, destacam-se os mais de 146 mil profissionais contratados e as remunerações pagas no valor de 2.389 milhões de euros, que registaram um aumento de 9% em relação a 2021.

Para o Presidente do Conselho da Saúde, Prevenção e Bem-Estar da CIP, João Almeida Lopes, este estudo “deixa claro o valor das empresas privadas que operam na área da saúde”. E, nesse sentido, ressalva que a sua atividade “pode contribuir ainda mais para a saúde dos portugueses, para a sustentabilidade do sistema de saúde e para o desenvolvimento do país, seja pela capacidade de investimento, de produção, de fixação de talento ou da exportação”.

Revela, pois, o “agrado e importância” do Despacho conjunto que prevê a criação de um grupo de trabalho para a “dinamização de uma Política Industrial da Saúde”, do Ministro da Economia e do Mar, da Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e do Ministro da Saúde, publicado em abril passado. “Aguardamos que este grupo de trabalho apresente propostas concretas de simplificação de procedimentos e de eliminação de constrangimentos ao investimento”, afirma.

Só com uma “aposta clara do país na Economia da Saúde”, considera Almeida Lopes, “sem preconceitos ideológicos e contando com todos – público, privado e social –“ será possível “garantir mais e melhores cuidados de saúde aos Portugueses, mas também mais economia para Portugal”.

ESTUDO INFORMA D&B EM PARCERIA COM O CONSELHO DE SAÚDE, PREVENÇÃO E BEM-ESTAR DA CIP – CONFEDERAÇÃO EMPRESARIAL DE PORTUGAL

Com base nas IES2022 foi feito um levantamento desagregado da atividade das empresas que operam em Portugal nas CAE`s estritamente relacionadas com a Saúde.

O estudo realizado pela Informa D&B conclui que:
i) Há 267 empresas do setor privado da saúde em Portugal;
ii) As empresas privadas do setor da saúde empregam mais de 146 mil pessoas e pagaram remunerações de 2.389 milhões de euros em 2022;
iii) As empresas privadas do setor da saúde geram anualmente um valor acrescentado bruto superior a 6,7 mil milhões de euros;
iv) As empresas privadas do setor da saúde pagaram em 2022 mais de 1.000 milhões de euros de impostos (IRC) e contribuições diretas (TSU).

O setor privado da saúde é composto por uma grande variedade de empresas que vão desde as farmácias (cerca de 2.700), até à prestação de cuidados de saúde em internamento (426 entidades) passando pelas atividades de prática médica de clínica geral (3.663) e especializada (8.179) em ambulatório, pelas clínicas de medicina dentária (6.712), pela produção (170) e distribuição (957) de medicamentos, à produção de dispositivos médicos (691), às análises clínicas (223), centros de enfermagem (420), etc.

O setor privado da saúde está em todo o país, sendo de salientar que 37% estão na região de Lisboa e Vale do Tejo, 34% estão no Norte, 17% no Centro, 4% no Alentejo e 4% também no Algarve e cada uma das Regiões Autónomas tem 2% das empresas da saúde.

Outro aspeto relevante é que a grande maioria das empresas, cerca de 74%, são entidades de pequena dimensão que têm até 9 trabalhadores. Estas empresas representam 39% do total do emprego no setor privado da saúde.

Note-se que este estudo incidiu exclusivamente sobre as empresas cujo CAE principal era especificamente identificado como saúde, sendo que há muitas outras entidades que também contribuem ativamente para o funcionamento do sistema de saúde e para a competitividade do país neste setor, como sejam as que oferecem seguros de saúde ou as TIC.

Comparando os dados de final de 2022 com o dos exercícios anteriores, concluímos que o setor privado da saúde teve um crescimento das vendas e prestação de serviços de 8,3% (e de 38,9% face a 2020, em que a pandemia condicionou toda a atividade económica e em que o setor da saúde foi particularmente afetado), com as remunerações dos recursos humanos a aumentar 9%.