Durante toda a pandemia, entre 2020 e 2021, de forma consistente o Presidente da CIP António Saraiva e o Conselho Estratégico da Economia do Mar da CIP, presidido por Manuel Tarré, têm analisado o contributo de todas as fileiras do mar, desde a fileira alimentar, até à indústria de cabos submarinos, passando pelos transportes marítimos entre outras indústrias azuis e têm alertado para o excelente comportamento exportador e inovador dos setores da economia azul.

Em sede de audição de contributos para a preparação do plano de recuperação e resiliência, a CIP alertou para o facto de as indústrias do mar estarem preparadas para investir, até 2030, mais de 5.000 milhões de euros. Os primeiros sinais dessa enorme capacidade de investimento e de alavancagem económica do mar, começou já a aparecer através das manifestações de interesse entregues no âmbito do PRR que, de forma nunca antes vista, ultrapassaram os mais de 1.000 milhões de euros em temáticas relacionadas com a economia do mar. Como é do conhecimento público, nos últimos meses, em Portugal, vários fundos de investimento específicos para a economia azul iniciaram atividade e o interesse manifestado por investidores internacionais, em múltiplas áreas da economia do mar portuguesa, não para de crescer, posicionando o pipeline Português de investimento direto estrangeiro “azul”, como o mais robusto da União Europeia.

Neste contexto, será difícil explicar à sociedade Portuguesa e Europeia, severamente afetadas pela crise económico-social provocada pela pandemia, a não inclusão da enorme dimensão e potencial do mar nas prioridades que vierem a ser definidas para Portugal para os próximos quatro anos.