Os Presidentes da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, e da CEOE – Confederação Espanhola de Organizações Empresariais, Antonio Garamendi, foram os convidados de um almoço-debate promovido pela Câmara de Comércio Hispano-Portuguesa, que se realizou no dia 10 de março em Madrid e que teve como  tema “Economia e empresa no contexto ibérico pós-covid”.

No decorrer da sua intervenção, o Presidente da CIP defendeu que o objetivo do crescimento deve passar, necessariamente, pelas empresas, nomeadamente pelo capital humano, que é o seu principal ativo, e pelo investimento, indispensável à incorporação de inovação tecnológica nos produtos e nos processos.

Assim sendo, a CIP elege duas prioridades:

  • o fortalecimento da estrutura financeira das empresas, mediante a colocação no terreno de soluções que promovam a sua capitalização e facilitem o acesso ao financiamento;
  • um exigente processo de reconversão da força de trabalho e da sua permanente adequação às necessidades das empresas.

António Saraiva chamou também a atenção para a necessidade de corrigir o excessivo enviesamento da utilização dos fundos europeus em investimento no setor público ou através do setor público.

Para além da reorientação das políticas económicas, a transformação da economia defendida pela CIP exige também reformas, nomeadamente Fiscal, da Administração Pública e da Justiça.

O Presidente da CIP não esqueceu a situação dramática que se vive na Ucrânia e o impacto que tal situação está a ter, quer ao nível das matérias-primas quer da energia, particularmente do gás natural, e defendeu que a Europa deve atuar, unida, em várias frentes:

  • na compra conjunta ou concertada de gás natural e petróleo
  • na alteração das regras que ditam a formação de preços no mercado da eletricidade, para acomodar as características da atual situação dos mercados
  • no reforço da emissão de dívida conjunta para apoiar os Estados-membros, através de empréstimos, no financiamento das despesas com defesa e energia.