No encerramento da Cimeira Empresarial Luso-Espanhola, em Vila Real, CIP e CEOE – congénere espanhola – entregam ao Primeiro-Ministro português e ao Presidente do Governo espanhol as conclusões dos trabalhos realizados pelas confederação empresariais ibéricas.

No dia 30 de maio, no final de dois dias de trabalhos, as confederações empresariais ibéricas, CIP – Confederação Empresarial de Portugal e CEOE – Confederación Española de Organizaciones Empresariales, reuniram num documento as conclusões do encontro que marca o início do desenvolvimento da zona transfronteiriça como plataforma económica.

O documento, que define seis áreas de ação prioritárias para alcançar uma União Europeia (UE) renovada, mais unida e mais resoluta, foi entregue em mão a António Costa, Primeiro-Ministro de Portugal e Mariano Rajoy, Presidente do Governo de Espanha.

As confederações ibéricas concordam que a Europa precisa de criar um ambiente atrativo para a competitividade e a inovação empresarial, libertando-se do peso da regulamentação desnecessária e demasiado onerosa, dos elevados custos da energia e outros que sobrecarregam a atividade empresarial, em especial para as Pequenas e Médias Empresas (PME).

No encerramento da Cimeira Empresarial Luso-Espanhola, António Costa defendeu a importância das relações transfronteiriças no crescimento económico e da conclusão do Mercado Ibérico de Gás para reduzir os custos energéticos nos dois países.

O Primeiro-Ministro português referiu ainda que esta cimeira retoma o debate dos três corredores ferroviários, essenciais para as empresas.

Por sua vez, Mariano Rajoy, salientou que ambos os Governos vão continuar a trabalhar para reforçar as relações bilaterais, em particular as relações económicas e empresariais, tendo em vista a criação de emprego.

Em Vila Real, António Saraiva, da CIP e José Vicente González, da CEOE, defenderam em uníssono o crescimento e a competitividade a nível europeu, e debateram as respetivas realidades nacionais para reunir consensos e apontar soluções baseadas nas perspetivas comuns sobre os desafios da Europa.

Deste consenso, nasceu um documento que apresenta as seis áreas de ação prioritárias para alcançar uma UE renovada:

  1. Aprofundar o espírito reformista nacional e europeu como forma de combater os problemas estruturais – desemprego, baixa produtividade e o endividamento público e privado – com que as economias ibéricas se defrontam e deste modo reforçar a confiança dos investidores e consolidar a recuperação económica.
  2. Aprofundar uma União Económica e Monetária mais completa e integrada para adaptar a governação económica à realidade, sobretudo através da conclusão da União Bancária, de um mecanismo comum europeu de garantia de depósitos e da implementação de uma estratégia macroeconómica global coerente.
  3. Apostar numa Política Industrial e Energética orientada para a competitividade, que permita contribuir para a recuperação económica, como gerador de riqueza e de emprego, sem abandonar o compromisso com a prevenção e mitigação dos efeitos das alterações climáticas, bem como com um produção e consumo mais eficientes da energia.
  4. Implementar uma Política de Infraestruturas e de Transportes como vetor da coesão territorial que permita dotar a Península Ibérica de uma rede eficaz de transportes de mercadorias que ligue os seus portos ao centro da Europa, complementada por uma rede de infraestruturas logísticas enquadrada numa visão logística ibérica. Consideram-se prioritárias as ligações ferroviárias nos corredores de Aveiro – Salamanca – Irun e de Sines/ Setúbal à fronteira com a França, passando por Madrid e a ligação Porto – Vigo, no eixo atlântico.
  5. Acelerar a agenda europeia de comércio internacional num espírito de reciprocidade, orientada para o reforço da internacionalização das empresas e para a abertura de novos mercados de países terceiros, ao mesmo tempo que defende a aplicação eficaz dos seus Instrumentos de Defesa Comercial.
  6. A CIP e a CEOE determinam a criação de um canal de comunicação e troca de informações tendo no horizonte as oportunidades que a notificação, no âmbito do Artigo 50.º do Tratado da União Europeia, abre aos agentes económicos da Península Ibérica. A primeira oportunidade já conhecida é a futura localização da sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA), entidade responsável pela avaliação científica dos pedidos de autorização de introdução no mercado de medicamentos apresentados ao nível da UE.
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