A travagem da economia está em curso. Em relação ao período anterior, a economia deve ter recuado. Salva-se o investimento e, entre os vários setores, o da construção ainda resiste aos ventos contrários

O Barómetro da Conjuntura Económica CIP/ISEG reviu ligeiramente em baixa as previsões para o crescimento no terceiro trimestre, apontando agora para “uma variação em cadeia ligeiramente negativa entre -0,3% e -0,1%, a que corresponde uma variação homóloga entre 1,7% e 1,9%”.

Esta evolução é explicada pelo ligeiro decréscimo em cadeia esperado para o consumo privado, continuando a admitir-se um ligeiro crescimento no investimento — com a ajuda da construção. Embora incerto, “o contributo da Procura Externa Líquida afigura-se tendencialmente negativo”.

Quanto à previsão para o crescimento anual do PIB em 2023, admite-se como provável que se venha a situar no intervalo de 2,0% a 2,3%. Os dados apontam para uma contração na generalidade dos setores analisados com exceção da Construção.

Armindo Monteiro, presidente da CIP: “O verão e os turistas habitualmente trazem boas notícias na frente económica. Não está a ser o caso deste ano: estamos a viver uma desaceleração pronunciada que corre o risco de aprofundar-se nestes últimos meses do ano. Infelizmente, o Orçamento do Estado para 2024 também não está equipado com os antídotos capazes de combater este ciclo negativo. O crescimento previsto é pífio, o que terá consequências na vida das pessoas e nas contas das empresas. O investimento privado vai provavelmente ressentir-se. A aprovação final global do OE-2024 deveria introduzir alterações capazes de inverter esta trajetória.”

Consulte o Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ISEG de outubro aqui.