Para garantir que a indústria gráfica continua a ser atrativa para as gerações futuras, desde 2017 que a Intergraf (European Printing Industry Association) proporciona uma plataforma que permite à próxima geração de profissionais da impressão partilharem as suas ideias.

Todos os anos, jovens talentos submetem candidaturas para vencer o Intergraf Young Talent Award, que são depois selecionadas por um painel de especialistas. Este ano, Constança Barbosa Simões, da Manuel Barbosa & Filhos, Lda, empresa associada da Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel, alcançou o terceiro lugar neste prestigiado concurso, que se baseou no tema “como pode a inteligência artificial afetar a indústria gráfica, e quais são os riscos e oportunidades associados?”. O primeiro lugar teve como destino a Holanda, tendo Pien T. Haks ficado no topo do pódio. O segundo lugar foi alcançado por Marcus Rasmussen da Dinamarca.

O projeto português explora a interseção entre a inteligência artificial (IA) e a indústria gráfica, destacando como a IA pode melhorar vários aspetos da indústria gráfica, mas também reconhece as preocupações e limitações associadas à sua implementação.

Incluindo respostas de protagonistas da indústria gráfica, este trabalho enfatiza o potencial da IA no processo criativo, de gerar inspiração, melhorar a qualidade de imagem e facilitar experiências de realidade virtual. No entanto, também levanta preocupações sobre a capacidade da IA de verdadeiramente inovar além da criatividade humana e a sua dependência de dados, que podem limitar a originalidade.

Além disso também é discutido o impacto da IA na eficiência da produção gráfica, incluindo correção de cores, manutenção e gestão da cadeia de fornecimento. Detalha como a IA pode otimizar o uso de energia, melhorar os processos de reciclagem e contribuir para os esforços de sustentabilidade dentro da indústria. Também reconhece desafios como os altos custos de investimento inicial, resistência à mudança e considerações éticas.

A previsão é para uma maior integração da IA em várias etapas do processo de impressão, desde o design até o controlo de qualidade e serviço ao cliente, sublinhando o potencial da IA e da inteligência humana para se complementarem, fortalecendo a indústria gráfica como um todo.

Os comentários do júri salientaram que este foi o projeto com o layout mais criativo de todas as submissões, e saudaram o inquérito aos protagonistas na indústria gráfica. O foco em manter um equilíbrio entre a automação impulsionada pela IA e a criatividade humana foi destacado como um dos pontos fortes da submissão, encorajando os leitores a considerarem as implicações éticas e práticas da integração da IA.

Fonte: APIGRAF – Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel