A CIP – Confederação Empresarial de Portugal e a Ordem dos Psicólogos Portugueses organizaram, no passado dia 2 de fevereiro, em Lisboa, um Almoço-Conferência sobre “Bem-estar, produtividade e sustentabilidade das organizações”.

David Ballard, psicólogo norte americano e consultor de empresas em todo o mundo, destacou o papel que a pandemia teve em relação à saúde mental. Na verdade, a Covid 19 expôs e intensificou problemas que já existiam. Nos Estados Unidos da América, um inquérito comparou os índices de ansiedade e depressão dos trabalhadores antes e depois da pandemia e concluiu que mais do que triplicou, dos 11% registados em 2019, passou para 36%.

Ballard defendeu que as organizações têm de perceber o que realmente motiva os trabalhadores para, assim, conseguirem reter talento e cuidarem do bem-estar das pessoas, aspeto cada vez mais valorizado. A inclusão de psicólogos do trabalho como elementos permanentes nas equipas de saúde e segurança das empresas é um dos caminhos possíveis.

Armindo Monteiro, vice-presidente da CIP, sublinhou: “Além da remuneração, é importante notar que as empresas portuguesas têm feito um esforço grande para corresponder à subida do custo de vida, é cada vez mais importante gerir e investir noutros aspetos que envolvem as empresas e os trabalhadores. Como é sabido, as taxas de absentismo e de presentismo, isto é, de trabalhadores que estão no local de trabalho mas com uma produtividade residual, têm vindo a aumentar. O desafio que se coloca às empresas é de continuar a apresentar propostas de trabalho que sejam úteis e que vão ao encontro da vida que os colaboradores querem ter. O salário é importante, mas não se esgota aí a gestão das pessoas. Para que as empresas sejam capazes de reter e desenvolver os talentos, há trabalho a ser feito nesta área. Sublinho, no entanto, que nas duas últimas décadas as empresas privadas portuguesas têm feito esforços neste sentido.”