Lisboa foi palco, no dia 26 de junho, do Seminário «Economia e Defesa», uma iniciativa conjunta da CIP – Confederação Empresarial de Portugal e da idD Portugal Defence, que reuniu diversos especialistas, empresários e líderes para debater questões cruciais sobre o papel de Portugal na nova ordem internacional, o investimento nas Forças Armadas nacionais e a importância do ecossistema da defesa.

A sessão de abertura foi marcada pelas intervenções de Pedro Reis, Ministro da Economia, e Carlos Félix, Presidente da idD Portugal Defence, que salientou que «o investimento inteligente em defesa pode ter um impacto positivo e crescente em diversos setores da economia nacional, contribuindo para a sua diversificação (…).»

Nuno Rogeiro, na palestra «Não há Economia Sem Defesa, não há Defesa sem Economia», estabeleceu as relações atuais entre a economia e a defesa e apontou caminhos de relações potenciais, deixando ainda algumas questões, internas e externas, para reflexão.

Nuno Sardinha Monteiro, diretor do pessoal da Marinha, foi o convidado seguinte, apresentando um «Retrato das Forças Armadas Portuguesas, investimento e evolução». O Comodoro da Marinha fez um retrato do ambiente estratégico, elencou desafios futuros e avançou novas possibilidades de investimento e evolução para as Forças Armadas.

Na primeira mesa redonda do dia, intitulada «Além das armas: os setores fornecedores das forças armadas», foi discutido como a indústria pode contribuir para a defesa nacional, explorando as oportunidades de integração e desenvolvimento de tecnologias que beneficiem tanto a economia como a defesa. A não dependência de cadeias de abastecimento fora da União Europeia, a simplificação da contratação pública, o aumento da produção e o planeamento estratégico a médio prazo foram prioridades unânimes apontadas. Este painel contou com a participação de Mário Machado, Presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, João Pedro Almeida Lopes, Presidente da APIFARMA – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, Jorge Henriques, Presidente da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares, Rafael Campos Pereira, Vice-Presidente Executivo da AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, e José Neves, Presidente da AED Cluster. Foi moderada por Tiago Freire, diretor da revista Exame.

Ricardo Mendes, CEO da Tekever, representa um exemplo de sucesso na economia da defesa, reconhecida pelo desenvolvimento de tecnologias inovadoras nas áreas de comunicação, aeronáutica, espaço e segurança, demonstrando como a inovação e o empreendedorismo podem fortalecer a capacidade de defesa do país.

Na abertura da segunda parte do seminário, Luís Marques Mendes, Conselheiro de Estado, fez um inspirador «Apelo à paz», refletindo sobre a evolução e papel atual da economia e defesa em Portugal e no Mundo, apontando caminhos e oportunidades conjuntas. Destacou ainda a necessidade de um compromisso contínuo com a paz e a cooperação internacional.

«Como a nova ordem internacional mudou na defesa da paz» foi o tema da segunda mesa redonda onde os participantes exploraram as mudanças na ordem internacional e as implicações para a defesa da paz. Foram abordados e debatidos temas como a diplomacia, a cooperação internacional e o desenvolvimento tecnológico na área da defesa. Este painel contou com a participação de Marco Serronha, Tenente-general, Militar na Reserva e Especialista em Assuntos Militares, de Estratégia e de Defesa, Nuno Lemos Pires, Major-general, Diretor-geral de Política de Defesa Nacional, Raquel Vaz Pinto, Professora Universitária, e Ricardo Conde, Presidente da Agência Espacial Portuguesa. Foi moderada por André Macedo, consultor de comunicação.

O General Luís Valença Pinto, ex- Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas e atual Presidente do EuroDefense-Portugal, numa entrevista ao jornalista Celso Filipe, Diretor-adjunto do Jornal de Negócios, abordou questões críticas sobre a segurança e a defesa europeias, bem como o papel de Portugal neste contexto.

A sessão de encerramento contou com as intervenções de Armindo Monteiro, Presidente da CIP, e Nuno Melo, Ministro da Defesa Nacional. Depois dos agradecimentos, Armindo Monteiro enfatizou a importância da colaboração entre economia e defesa para o desenvolvimento do país. «Os investimentos na área militar são para nossa defesa e segurança coletiva».

O Seminário «Economia e Defesa» sublinhou a necessidade de uma abordagem integrada para fortalecer a posição do país na nova ordem internacional, destacando a importância da inovação, da colaboração entre setores e do investimento estratégico por forma a garantir um futuro seguro e próspero para Portugal.