A primeira edição do Projeto Promova, uma iniciativa da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, com o objetivo de fomentar a promoção de talentos femininos com potencial de liderança a funções de gestão de topo nas empresas, chegou ao fim e o balanço é positivo: 45% das participantes foram promovidas no último ano e 20% ascenderam mesmo a cargos de liderança nos Conselhos de Administração das empresas.

A iniciativa, financiada pelos EEAGrants através do Programa Conciliação e Igualdade de Género, gerido pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), procurou reunir no mesmo plano curricular diferentes valências. Em parceria com a NOVA SBE, foi desenvolvido um programa de um ano, que incluiu módulos de formação executiva, sessões de coaching, onde é realizado um plano de desenvolvimento individual, e sessões de mentoria cruzada. No total, foram 96 horas de formação executiva, complementadas com coaching, mentoria e um vasto leque de eventos de networking, entre as participantes e com líderes de topo.

António Saraiva, Presidente da CIP, reforça a importância da promoção das mulheres a cargos de liderança: “A sociedade, e as empresas em particular, não podem desperdiçar 50% do talento disponível. É já reconhecido por todos que a diversidade das equipas de gestão, a par do conhecimento e das competências, são os principais fatores de competitividade das empresas e, logo, da economia”. António Saraiva felicitou ainda as 32 participantes que, apesar de um contexto totalmente adverso, concluíram este projeto.

Susana Ramos, Coordenadora da Unidade Nacional de Gestão do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu, explica que: “Os EEA Grants, através do Programa Conciliação e Igualdade de Género, financiam projetos que pretendem promover as mesmas oportunidades para homens e mulheres no mercado de trabalho”. E adianta: “Acreditamos que o projeto ‘Promova’ representa uma iniciativa ímpar que tem vindo a alcançar resultados passíveis de diminuir o diferencial de género em cargos de gestão de topo em Portugal e que o seu exemplo será mimetizado por outras entidades, contribuindo assim para a integração de uma perspetiva diferenciada na tomada de decisões estratégicas nas empresas Portuguesas, com impacto na sociedade em geral e no acesso das mulheres a lugares de liderança, em particular”.

Daniel Traça felicitou a CIP pela iniciativa e dirigindo-se às participantes referiu: “Vocês têm o direito e o dever de chegar tão longe quanto puderem”.

Sandra Ribeiro, Presidente da CIG, agradeceu “à Noruega o investimento que tem feito no nosso país para ajudar à aplicação prática de medidas públicas para promoção da igualdade e não discriminação” e à CIP “por ter ousado fazer acontecer este projeto e, em particular ao seu Presidente, por ter assumido o compromisso com a igualdade de género e com a promoção das mulheres a cargos de direção”.

A Presidente da CIG defendeu que: “Ter um Parceiro Social, neste caso patronal, a promover e a desenvolver um projeto de promoção da igualdade de género no acesso a cargos de direção é fundamental para a sustentabilidade do próprio projeto, pois acontece no seio das empresas, em interação com as entidades empregadoras. O facto deste projeto continuar para além do financiamento EEAGRANTS é a cereja em cima do bolo para a filosofia dos próprios EEA Grants”. Reforçou a pertinência da CIP nesta iniciativa “porque temos os próprios intervenientes do mercado de trabalho, os intervenientes das relações laborais e as personagens da hierarquia das próprias empresas envolvidos”. Afirmou que “vê neste projeto o caminho para termos mais mulheres em cargos de direção, mais igualdade de género no mercado de trabalho”. Por último congratulou “as mulheres que concluíram este percurso, muitas das quais já ascenderam profissionalmente, e todas as mulheres e homens que delinearam e fizeram acontecer este projeto” e manifestou o desejo de que o mesmo seja replicado por outros parceiros patronais e sindicais.

As candidaturas ao Projeto Promova são realizadas de forma conjunta, por empresas e candidatas. Participaram nesta edição a Deloitte, Banco de Portugal, Fidelidade, ANA – Aeroportos de Portugal, Sanofi, Faurecia, EDP, Apifarma, Iberfar, Medtronic, Galp, Millennium BCP, Sonae, ISQ, Ikea, ANF, Teleperformance, Cuatrecasas, MSD e Microsoft, num total de 32 participantes.  A segunda edição do Projeto arranca já na próxima semana.