A CIP – Confederação Empresarial de Portugal, e depois do apelo no devido tempo às lideranças de todos os partidos com assento parlamentar para que fosse encontrada uma solução de modo a evitar eleições antecipadas no País, manifesta a sua estupefação pelo calculismo político-partidário ontem observado na Assembleia da República. Apesar das famílias, das empresas, dos portugueses, dos agentes económicos e até supostamente das diversas forças políticas, isto é, de ninguém desejar nova ida às urnas, os 230 deputados da Nação foram incapazes de alcançar uma saída razoável. E assim dar uma oportunidade a Portugal para se reerguer.
O resultado é que somamos às inúmeras ruturas hoje em curso no mundo, falemos de conflitos armados, de guerras comerciais, de políticas protecionistas, de movimentos populistas, de redesenhadas geoestratégias ou da dança das cadeiras entre Aliados, uma adversidade que é da nossa inteira responsabilidade. Isto quando Portugal desenvolvia um processo de afirmação da sua economia. Na verdade, vários indicadores do universo dos negócios, ainda que manifestamente abaixo do desejável tendo em atenção os nossos atrasos estruturais, manifestavam sinais positivos: a nossa economia cresce acima dos valores da UE (União Europeia), o consumo é o mais alto no período pós-pandemia, o excedente orçamental é uma realidade, a dívida pública tem vindo a decrescer e o desemprego permanece estável. De resto, os parceiros sociais assinaram o Acordo Tripartido sobre a Valorização Salarial e o Crescimento Económico que previa o aumento dos salários em cerca de 20% durante os quatros anos da legislatura. Todo um conjunto de razões que exigia às lideranças partidárias sensatez, ponderação, discernimento, responsabilidade, comprometimento.
Somos indiscutivelmente pelo escrutínio, regime ao qual qualquer agente, seja político, económico, financeiro, cultural, social ou outro, está ininterruptamente sujeito. Aliás, um sinal da maturidade da nossa democracia. Mas, e vivendo nós em tempos de perceções, a ideia que perpassa para a opinião pública assenta sobretudo numa questão de produtividade, um problema de sempre da nossa economia: conseguimos levar a cabo uma tarefa em 15, 60 ou 90 dias? Chegados a este ponto, a inevitabilidade de eleições legislativas antecipadas, a CIP exorta os poderes instituídos à rápida condução do processo de forma a reduzir ao máximo quaisquer constrangimentos que dificultem o desenvolvimento do país num contexto de normalidade democrática. Pois precisamos de Mais Economia para Todos.
												
