No passado dia 30 de janeiro, em Bruxelas, os representantes da Indústria Automóvel e a Comissão Europeia reuniram-se no âmbito do trabalho de avaliação do estado atual da Indústria e os efeitos para a economia europeia.

A European Association of Automotive Suppliers (CLEPA) transmitiu à Comissão Europeia que: «Os fornecedores anunciaram a perda de 54.000 empregos em 2024. Mais do que durante a pandemia — o impacto é real e está a acontecer agora!». Portanto consideram que terá de existir uma ação urgente a curto e a médio prazo.

A AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel faz parte do board desta Associação Europeia e está em linha com o comunicado, do qual ressalva o facto de a CLEPA acolher satisfatoriamente a iniciativa da Comissão Europeia de promover um diálogo estratégico com os representantes desta indústria. Mas, para que esse diálogo tenha resultados, será necessário considerar o urgente ajustamento regulatório das medidas que foram impostas à indústria automóvel na Europa.

Ainda: «A Europa corre o risco de ficar para trás, a menos que adote uma ponte tecnológica mais ampla para a eletrificação. As políticas climáticas sobre descarbonização deveriam focar nas fontes de energia e na redução dos combustíveis fósseis, em vez de prescrever tecnologias específicas.»

A indústria exige uma solução de longo prazo para além da meta de descarbonização total para 2035 que garanta a competitividade industrial, o investimento e os empregos. Isso passará por ampliar as regulamentações de CO2, permitir múltiplas opções tecnológicas e alinhar um conjunto de políticas que estimulem a competitividade industrial.

Do lado português parece haver também algum alinhamento com estas afirmações. Segundo José Couto, presidente da AFIA e também membro do board da CLEPA, «a indústria nacional de componentes está a ressentir-se desta encruzilhada em que se encontra a Europa». O desemprego e a manutenção da capacidade produtiva são duas ameaças sérias que a produção de componentes para os automóveis tem de gerir. O efeito pernicioso da atividade no território europeu tem consequências para a indústria nacional.

A AFIA, enquanto representante desta indústria a nível nacional, que representa 10% do emprego total da indústria transformadora, recomenda ao Governo uma consideração urgente destas condições junto dos seus membros na Europa. A AFIA está preocupada e acredita que há que tomar medidas que ajudem a enfrentar os desafios que Portugal terá de enfrentar.

Fonte: AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel