Depois da contração em cadeia da economia no primeiro trimestre, os indicadores coincidentes do Banco de Portugal, bem como o indicador de confiança dos consumidores, estão a dar sinais pouco animadores.

De acordo com o Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ ISEG, a contração em cadeia da economia registada no primeiro trimestre implicará uma revisão em baixa na projeção de crescimento para a totalidade de 2025.

Ainda que tenha ocorrido num contexto de ajustamento da procura, desvanecido o impacto das alterações nas taxas de retenção de IRS e do pagamento de suplemento extraordinário de pensões, esta contração de 0,5% não era antecipada por nenhuma projeção pública.

O Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ ISEG ainda não avança com uma atualização para a previsão para a totalidade do ano, mas dá conta dos indicadores de atividade e de sentimento relativos a abril, que são compatíveis com uma tendência de moderação do crescimento em termos homólogos para o segundo trimestre do ano.

Em particular, os indicadores coincidentes do Banco de Portugal, bem como o indicador de confiança dos consumidores, estão a dar sinais pouco animadores.

Para Rafael Alves Rocha, Diretor-geral da CIP, será crucial acompanhar a evolução das exportações e da produção industrial (que, em março, registou uma queda homóloga de 5,5%): «Nos próximos meses, teremos já dados que nos permitirão começar a aferir a magnitude do impacto do aumento das tarifas norte-americanas». Entretanto, «continuaremos suspensos dos resultados das negociações que estão a decorrer entre a União Europeia e os Estados Unidos da América». Mas o Diretor-geral da CIP acrescenta que «com mais ou menos taxas aduaneiras, o ambiente geopolítico e geoeconómico manter-se-á incerto, volátil, complexo. Vamos ter de aprender a conviver com o protecionismo e a instabilidade da economia global e aceitar que as novas regras do jogo exigem do país esforços redobrados, inteligência estratégica e muito sangue-frio. Portugal tem de puxar pelas suas vantagens competitivas.»

Consulte o Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ISEG de maio aqui.