A CIP – Confederação Empresarial de Portugal «esteve» parte desta semana em Bruxelas para apresentar aos Eurodeputados portugueses as principais mensagens-força das empresas nacionais. O início deste novo ciclo político, pejado de desafios que urge transformar em oportunidades, sejam as migrações, os conflitos armados, as alterações climáticas, o alargamento europeu, a guerra comercial EUA versus China ou o talento, a demografia e os movimentos extremistas, obriga ao «toque a rebate» de todos os interlocutores com responsabilidades na construção da União Europeia. «Um edifício» onde a democracia, a liberdade e o Estado de Direito serão sempre pilares inalienáveis.

Na verdade, os cinco anos vindouros serão cruciais na definição do futuro do «ecossistema europeu». «As próximas ações a colocar em marcha têm o máximo sentido de urgência. Afigura-se imperioso reverter a todo o gás a gritante perda de competitividade da União Europeia – bem espelhada no relatório “The Future of European Competitiveness”, coordenado por Mario Draghi, que faz uma radiografia muito clara da gravidade da situação – facto para o qual a comunidade empresarial há muito tinha vindo a alertar. Paralelamente, o mesmo documento sublinha de forma explícita os riscos associados caso continuemos a perder relevância face a outras grandes potências», avançou Rafael Alves Rocha, Diretor Geral da CIP.

Durante os vários encontros na capital belga, Rafael Alves Rocha salientou as enormes exigências de investimento – a nível europeu, tal como a nível nacional – e a necessidade de criarmos as consentâneas condições para alavancar este massivo investimento. O fardo legislativo, o mercado de capitais ainda incompleto e o excesso de aversão ao risco são também problemas claramente identificados que precisam de respostas céleres, eficazes e eficientes. Será igualmente premente definir objetivamente o rumo da política industrial europeia, cujo processo deve favorecer a diversificação e o encurtamento das cadeias de valor sob o impulso e direção das próprias empresas. Rejeitando tendências protecionistas. Promovendo o «level playing field».

Rafael Alves Rocha, que foi acompanhado neste périplo por Joana Valente, Diretora Executiva para as Relações Internacionais da CIP, verbalizou ainda «o inabalável compromisso da CIP no fortalecimento da presença das empresas portuguesas em Bruxelas. Portugal é um país de tamanho médio na União Europeia e que tem um importante peso político, muitas vezes subestimado. Devemos usar este peso e influência, e potenciá-lo ao trabalharmos em conjunto em defesa dos interesses de Portugal no seio da União Europeia.»

Durante esta visita ao centro nevrálgico da União Europeia, e a convite de Gonçalo Lobo Xavier, representante da CIP no Comité Económico e Social Europeu (CESE), o Diretor Geral da CIP reuniu tal-qualmente com Stefano Mallia, Presidente do grupo dos empregadores do CESE. Oportunidade para debater soluções para a perda de competitividade europeia.

O «programa bruxelense» incluiu, então, reuniões com os Eurodeputados Ana Catarina Mendes, Bruno Gonçalves, Francisco Assis, João Cotrim de Figueiredo, Lídia Pereira, Marta Temido, Sebastião Bugalho e Sérgio Gonçalves.