A Vice-Presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, Ema Paulino, participou no Fórum Ibero-Americano de Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), que teve lugar em Tenerife, integrando uma mesa redonda à porta fechada e intervindo como oradora num painel dedicado ao talento e à aprendizagem ao longo da vida.
Na sua intervenção, Ema Paulino sublinhou que a competitividade das PME depende, de forma crescente, da existência de políticas públicas consistentes, de sistemas de formação flexíveis e de um compromisso social alargado em torno da valorização do capital humano, num contexto marcado pelas transições digital e climática.
Partilhando a experiência europeia, no âmbito da CIP e da BusinessEurope, destacou que a aprendizagem ao longo da vida deixou de ser opcional para se afirmar como um requisito estrutural de competitividade, adaptação tecnológica e inclusão, referindo os objetivos europeus para 2030 que colocam a qualificação contínua no centro das estratégias económicas e sociais.
A Vice-Presidente da CIP salientou ainda a importância da flexibilização dos modelos de formação, através de formatos modulares, de curta duração e ajustados à realidade das PME, bem como o papel da formação dual e dos sistemas de reconhecimento de competências adquiridas ao longo da experiência profissional como instrumentos essenciais para acelerar processos de reconversão.
Outro eixo central da intervenção foi a necessidade de reforçar a ligação estruturada entre empresas, centros de formação e instituições de ensino, permitindo ajustar currículos, antecipar necessidades e alinhar a oferta formativa com os desafios da economia real. Destacou igualmente o investimento europeu em sistemas de antecipação de competências baseados em dados e projeções setoriais, fundamentais para orientar políticas públicas e reduzir desequilíbrios territoriais.
No painel dedicado ao talento, Ema Paulino defendeu uma abordagem «skills-first» e apresentou a sua visão sobre um possível «contrato social do talento» para as MPME, assente em compromissos claros entre empresas, trabalhadores e administrações públicas. As empresas devem integrar a formação na sua estratégia e promover o upskilling e o reskilling; os trabalhadores devem assumir uma postura proativa de aprendizagem contínua; e as autoridades públicas devem assegurar políticas estáveis, financiamento adequado, menor burocracia e sistemas eficazes de antecipação de competências.
No plano das relações externas, a Vice-Presidente da CIP sublinhou ainda a relevância estratégica do reforço da cooperação económica entre a Europa e a América Latina, destacando o talento como principal diferencial competitivo das nações. A CIP defende que esta cooperação deve ir além do comércio, integrando de forma estruturada a formação, a capacitação, a igualdade de género e a inclusão como fatores de crescimento sustentável.
Ema Paulino reiterou igualmente a posição da CIP quanto à importância da ratificação do Acordo de Parceria UE–Mercosul, considerando-o uma necessidade económica e geopolítica, bem como o papel de instrumentos como a Global Gateway e do acesso a mecanismos de financiamento internacionais no apoio à internacionalização e ao investimento das empresas.
Por fim, destacou o contributo da própria CIP na promoção do talento e da igualdade, através de iniciativas como os programas PROMOVA e PROGRIDA, bem como da Academia CIP, orientada para o reforço de competências digitais, verdes e de gestão nas PME.
