A CIP – Confederação Empresarial de Portugal esteve representada por Gonçalo Lobo Xavier na sessão plenária do CESE – Conselho Económico e Social Europeu, dedicada ao debate com o Comissário Europeu Piotr Serafin, responsável pelo Orçamento, Luta Antifraude e Administração Pública.

Na sua intervenção, Gonçalo Lobo Xavier sublinhou que o próximo Quadro Financeiro Plurianual (MFF) será decisivo para enfrentar um dos principais desafios económicos da União Europeia: a estagnação da produtividade e o crescente diferencial de competitividade face a outras economias avançadas.

Segundo o representante da CIP, o MFF deverá orientar de forma clara os recursos europeus para áreas estruturantes, nomeadamente inovação, digitalização, capacitação da força de trabalho e modernização das cadeias de valor industriais, como condição essencial para reforçar a produtividade total dos factores e a autonomia estratégica da Europa.

Intervindo também na qualidade de Presidente do Grupo Semestre Europeu do CESE, Gonçalo Lobo Xavier destacou a importância de um ciclo de governação económica que seja não apenas reactivo, mas antecipatório, sublinhando que a eficácia das reformas estruturais depende de mecanismos de acompanhamento mais dinâmicos e próximos da realidade económica.

Nesse contexto, salientou o trabalho desenvolvido pelo CESE na implementação de metodologias de consulta mais ágeis junto dos Estados-Membros, assentes na recolha de evidência direta dos parceiros económicos e sociais. Estas abordagens permitem identificar atempadamente constrangimentos à competitividade, riscos emergentes e falhas de implementação, antes de se tornarem estruturais.

Este contributo, afirmou, é essencial para reforçar a precisão e a relevância das recomendações específicas por país, em áreas críticas como o investimento público eficiente, o funcionamento dos mercados, as políticas laborais, a educação e a inovação.

Para que o Semestre Europeu tenha um impacto efetivo, Gonçalo Lobo Xavier defendeu que o próximo MFF deverá assegurar previsibilidade financeira e mecanismos de flexibilidade, capazes de alinhar recomendações, reformas e investimento, transformando diagnósticos em execução política concreta.

A concluir, o representante da CIP apelou ao Comissário Europeu para que o próximo quadro financeiro incorpore estas premissas, reiterando a disponibilidade da CIP e dos parceiros sociais europeus para contribuir ativamente para esse processo.