Na generalidade das empresas dos diferentes setores económicos, as faltas de trabalhadores oscilam entre os 2% e os 3%. Segundo as associações empresariais, as faltas devem-se mais a dificuldades com os transportes públicos, e ao encerramento de escolas, do que a adesões à greve geral. «A economia real está a funcionar em todo o país», afirma Armindo Monteiro, presidente da CIP.

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal confirmou junto de empresas e de associações dos diversos setores de atividade económica que representa que hoje não há empresas paradas no país. A falta de pessoas ao trabalho oscila na maior parte das empresas entre os 2% e os 3%, atingindo os 5% em casos pontuais, tendo os empresários contactados pela CIP afirmado que a maioria das ausências se deve a dificuldades nos transportes e não a adesões à greve geral.

A ronda de contactos da CIP – Confederação Empresarial de Portugal abrangeu os setores da grande distribuição, do têxtil, do calçado, da agroindústria, da indústria farmacêutica e da hospitalização privada, indústria química, indústrias extrativas e centros comerciais, entre outros. «A economia real está a funcionar em todo o país», afirma Armindo Monteiro, presidente da CIP. «A maioria das poucas faltas registadas pelas empresas contactadas devem-se mais a dificuldades causadas pelos transportes públicos, ou pelo encerramento da escola dos filhos, do que por trabalhadores que tenham aderido à greve».

Segundo o presidente da CIP, verifica-se ao longo do dia de hoje uma divergência entre a imagem transmitida pelo universo mediático, que praticamente só fala de adesões à greve no setor público, e a realidade vivida em todas as regiões do país. «O balanço do dia de hoje é, em todo a máquina económica e empresarial do país, de normalidade», afirma Armindo Monteiro. «Uma normalidade quase total em quase todas as empresas, a qual praticamente só é perturbada pela ausência de transportes e pelo encerramento de serviços públicos».

O retrato transmitido pelo setor do calçado é que, segundo as informações recolhidas, o impacto da greve geral é muito marginal, inferior a 1%: a exceção são duas empresas de capital estrangeiro que registaram taxas de adesão entre os 40% e 50%. Quanto aos resultados apurados pela ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, «98% das empresas tiveram zero adesões à greve». Nas restantes 2%, «as taxas de adesão variam entre 5 a 10% dos trabalhadores».

A AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel fala de um impacto direto na ordem dos 5%, sublinhando que parte dessa adesão está relacionada com dificuldades logísticas. A FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares fala de uma adesão residual, abaixo dos 2%.

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) estima também um impacto inferior a 2%, sublinhando que este valor «inclui faltas por dificuldades de transporte, os quais, em rigor, não têm nada a ver com a adesão à greve». Quando aos setores da saúde – como a hospitalização privada, a indústria de medicamentos e as farmácias – as informações recolhidas pela CIP acompanham a tendência dos outros setores: os reportes recolhidos indicam que «está tudo a funcionar normalmente e sem adesões à greve».

A APQuímica – Associação Portuguesa da Química, Petroquímica e Refinação informou, por seu lado, que há «menos de 3% de empresas afetadas, no geral de menor dimensão e que não trabalham cadeias de valor essenciais». Segundo a APQuímica, a pequena quantidade de trabalhadores a faltar «não implicou qualquer tipo de paragem». O balanço é «impacto nulo, ou quase nulo».

A grande distribuição também registou pouquíssimas faltas de trabalhadores nos supermercados.

A Associação Portuguesa de Centros Comerciais reportou que, no seu universo, apenas registou o encerramento de uma Loja do Cidadão devido à greve na Função Pública. A APIGRAF – Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas, de Embalagem e de Comunicação Digital registou zero adesões na maioria das empresas que representa, à exceção de uma, a qual teve 10% de adesão à greve geral.

A Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (Assimagra) assinala que «no setor dos recursos minerais não temos registo por parte dos nossos associados de qualquer impacto da greve no normal funcionamento das empresas». Também no setor segurador a adesão se revelou «muito pouco expressiva».