A BusinessEurope divulgou o seu Reform Barometer 2025, destacando a necessidade urgente de reforçar a competitividade da União Europeia (UE) num contexto global cada vez mais desafiante. O estudo sublinha a importância de medidas concretas para melhorar o ambiente de investimento e garantir que a Europa continua a ser um polo atrativo para as empresas.
De acordo com o barómetro, as empresas europeias entraram no segundo mandato da Comissão Europeia presidida por Ursula von der Leyen com expectativas elevadas relativamente à mudança de orientação política em prol da competitividade e do crescimento. No entanto, são necessárias ações rápidas e concretas para materializar essa transformação.
Comparação com EUA e China
A análise da BusinessEurope destaca a crescente disparidade económica entre a UE, os Estados Unidos (EUA) e a China. Em 2008, o PIB norte-americano era 23% superior ao da UE, tendo esta diferença aumentado para 42% em 2023. Enquanto os EUA registaram um crescimento anual de 2,5% no último trimestre de 2024, a UE ficou pelos 1,1%.
Além disso, os investimentos diretos estrangeiros (FDI) na UE continuam a perder terreno face aos EUA, que permanecem como destino principal para os investidores. A China, por outro lado, tem mantido níveis estáveis de investimento. Os elevados custos energéticos na Europa, que podem ser até três vezes superiores aos dos EUA e da China, agravam ainda mais a situação.
Reduzir a carga regulatória
O excesso de regulação é apontado como um dos principais entraves ao crescimento europeu. Entre 2019 e 2024, a UE aprovou cerca de 13.000 leis, em contraste com as 3.000 nos EUA. Mais de 60% das empresas europeias consideram que a complexidade regulatória prejudica o investimento. Embora a Comissão Europeia tenha definido como meta uma redução de 25% nas obrigações de reporte (35% para PME), a BusinessEurope defende uma abordagem mais ambiciosa, visando uma diminuição real dos encargos administrativos e uma maior simplificação normativa.
Criar uma União de Poupança e Investimento
A BusinessEurope sublinha a importância de revitalizar e integrar a União dos Mercados de Capitais e a União Bancária, garantindo financiamento para setores estratégicos, como a Defesa e a Dupla Transição. O fraco desenvolvimento dos mercados de capitais europeus, aliado a barreiras regulatórias persistentes, dificulta o financiamento das empresas inovadoras. Para reforçar a competitividade, é essencial mobilizar poupanças privadas e estimular o investimento em capital próprio, seguindo o modelo dos EUA, onde os mercados financeiros são mais profundos e dinâmicos.
Preocupações das federações empresariais europeias
O inquérito às federações empresariais europeias revela preocupações significativas quanto à atratividade da UE como destino de investimento. Mais de metade das respostas identificam um agravamento do ambiente de negócios, sendo o excesso de regulação, os elevados custos energéticos e a escassez de mão de obra qualificada os principais obstáculos. A desregulação em curso nos EUA poderá acentuar estas dificuldades, com 85% dos inquiridos a preverem um impacto negativo sobre os investimentos na Europa.
Além disso, a fraca implementação dos PRR gera descontentamento, com apenas 10% de satisfação entre as federações nacionais inquiridas. Os principais entraves apontados incluem a lentidão na tomada de decisões, a burocracia e a insuficiente participação do setor privado.
Num momento em que o novo ciclo político europeu se inicia, a BusinessEurope apela a ações rápidas e eficazes para devolver à UE o estatuto de líder económico global.

