A Comissão Europeia transmitiu hoje ao Conselho e ao Parlamento Europeu o Acordo de Parceria UE-Mercosul, que criará a maior zona de comércio livre do mundo. O histórico entendimento é um passo determinante na «criação» de um mercado de mais de 700 milhões de consumidores, conferindo às empresas europeias uma vantagem pioneira numa região afetada por tarifas elevadas e barreiras comerciais significativas.

Segundo estimativas da Comissão Europeia, o tratado poderá aumentar as exportações anuais da União Europeia para o Mercosul em até 39% — cerca de 49 mil milhões de euros — sustentando mais de 440 000 empregos em toda a Europa. Além disso, permitirá reduzir tarifas atualmente proibitivas sobre exportações essenciais como automóveis (35%), maquinaria (14%-20%) e produtos farmacêuticos (até 14%).

O Acordo de Parceria UE-Mercosul facilitará também o investimento em cadeias de valor estratégicas, incluindo matérias-primas críticas e bens adjacentes, com altos padrões ambientais e laborais. Quadro de premissas que apoiará a transição verde e digital em ambas as regiões e proporcionará cadeias de abastecimento mais estáveis e previsíveis.

A BusinessEurope, Confederação Europeia da qual a CIP é membro, lançou hoje uma publicação que reforça os benefícios do Acordo de Parceria UE-Mercosul e a urgência da sua ratificação. O Presidente da BusinessEurope, Fredrik Persson, afirma: «Numa era marcada pela incerteza geopolítica, a Europa deve reafirmar o seu compromisso com o comércio aberto e baseado em regras. Este acordo é mais do que um acordo comercial – é um investimento estratégico no futuro da Europa e uma poderosa ferramenta para o crescimento».

O Presidente da CIP, Armindo Monteiro, sublinha a importância deste avanço:

«O avanço hoje anunciado no processo do Acordo UE–Mercosul é um passo decisivo para um entendimento que será verdadeiramente histórico quando for ratificado. O Acordo de Parceria UE-Mercosul criará um mercado de mais de 700 milhões de consumidores, gerará novas oportunidades exportadoras e será particularmente relevante para as PME portuguesas, que terão acesso mais simples e direto ao mercado sul-americano. Num contexto geopolítico marcado pela intensificação da concorrência global e por uma política comercial cada vez mais agressiva dos Estados Unidos, é fundamental que a União Europeia conclua este processo com rapidez, para que as empresas portuguesas e europeias não fiquem atrás. A ratificação deste acordo será um catalisador de inovação, crescimento e criação de emprego em Portugal.»

A BusinessEurope enfatiza ainda que o Acordo de Parceria UE-Mercosul é determinante para fortalecer a resiliência da economia europeia e consolidar sua posição global, apelando a todos os Estados-Membros para que aproveitem esta oportunidade única.

A publicação da BusinessEurope sobre os acordos UE-Mercosul e UE-México pode ser consultada aqui.