Dezasseis meses após o início da pandemia e após inúmeras pedidos e sugestões da CIP, o Governo aprovou um pacote de medidas de apoio que pode ajudar o país — se forem concretizadas em tempo útil

A magnitude da destruição provocada pela pandemia confrontou o mundo com desafios nacionais e globais sem paralelo na história recente. O dever de agir para proteger ao máximo as empresas foi, por isso mesmo, imediatamente assumido pela Confederação Empresarial de Portugal — CIP em várias frentes, designadamente na recolha de informação detalhada junto das empresas para que se tornasse possível colocar sobre a mesa propostas e ideias capazes de reduzir os danos e, assim, lançar a economia no caminho da recuperação — sem desperdício, com eficácia e sentido de missão.

O prolongamento das moratórias para além de setembro de 2021, a reestruturação dos créditos através do alargamento dos prazos de amortização — para empresas vítimas de elevadas quebras de faturação — e a criação de um fundo de capitalização e crédito para pequenas empresas foram sugeridas em tempo útil ao Governo.

A CIP alertou, reiteradamente, para a importância destas medidas consciente de que à falta deste enquadramento muitas empresas nacionais não conseguiriam resistir ou, mantendo-se de pé através do esgotamento das suas bolsas de liquidez, não teriam, mais tarde, capacidade para competir com os concorrentes internacionais — muitos deles já a beneficiar de apoio públicos substanciais, nalguns casos a fundo perdido.

O Governo demorou a agir — e isso teve e terá custos —, mas esta semana decidiu finalmente adotar o caminho indicado pela CIP. As 150 mil empresas que representamos congratulam-se com a iniciativa, na esperança de que entre o anúncio e a necessária concretização das medidas não se perca mais tempo. A CIP alerta também para a necessidade de não serem agora levantados os obstáculos burocráticos e procedimentais que, demasiadas vezes, desfiguram as melhores intenções e anúncios governamentais. As empresas portuguesas, os empresários portugueses e os trabalhadores portugueses estão no limite das suas forças. É tempo de agir, apoiar e investir.