Temos consciência de que, nos tempos mais exigentes que atravessamos, os desafios que se colocam às empresas se refletem necessariamente no movimento associativo empresarial. Estes desafios tornam mais urgente a necessidade de contribuir para um associativismo forte e coeso, reforçando a sua capacidade de intervenção na sociedade.

Leia aqui o artigo de opinião desta semana assinado por António Saraiva na sua coluna semanal do Dinheiro Vivo, ao sábado.
Publicado no Dinheiro Vivo, edição de 29.02.2020

https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/um-novo-mandato-ao-servico-das-empresas/

Com um conjunto de colegas que comigo aceitaram o repto de servir a CIP nos seus órgãos sociais, iniciarei em breve um novo mandato de três anos à frente desta Confederação.

Os desafios que se perspetivam tornam esta missão mais exigente, com responsabilidades acrescidas.

No plano interno, a generalidade das previsões aponta para a continuação, nos próximos anos, de uma trajetória de abrandamento da atividade económica. As empresas enfrentam o problema crescente da escassez de recursos humanos qualificados e um enquadramento pouco propício ao investimento e à competitividade, seja ao nível da fiscalidade, seja nas dificuldades de acesso ao financiamento, seja, ainda, ao nível de um ambiente de negócios onde os custos de contexto continuam a ter um peso excessivo.

No plano externo, as perspetivas não se afiguram animadoras. Continuaremos sob a ameaça do protecionismo e de decisões políticas imprevisíveis, que escapam ao nosso controlo. A forma como o Reino Unido se está a posicionar nas negociações de um acordo com a União Europeia e o impasse em torno do Quadro Financeiro Plurianual são apenas dois exemplos de visões políticas desajustadas que podem afetar os nossos interesses.

Esta conjuntura adversa e os desafios de fundo que se colocam às empresas exigem da CIP uma intervenção determinada com vista a uma reorientação das políticas públicas num sentido mais favorável à competitividade, assente em aumentos da produtividade.

A voz da CIP é tanto mais necessária quanto conhecemos bem as resistências que levam a que muitas das medidas necessárias ao aumento da competitividade da economia não tenham sido implementadas. Assumimos a responsabilidade de contrariar essas resistências.

Temos consciência de que, nos tempos mais exigentes que atravessamos, os desafios que se colocam às empresas se refletem necessariamente no movimento associativo empresarial. Estes desafios tornam mais urgente a necessidade de contribuir para um associativismo forte e coeso, reforçando a sua capacidade de intervenção na sociedade.

Tudo isto exige o reforço da CIP como a confederação empresarial mais representativa a nível nacional, que possa defender mais eficazmente os interesses das empresas portuguesas, que antecipe eficazmente as suas preocupações e atue intransigentemente em defesa da iniciativa privada.

O alargamento da representatividade da CIP a novos setores de referência e a realidades empresariais particularmente dinâmicas proporciona à Confederação um universo mais abrangente e traz consigo uma maior responsabilidade.

Seremos fiéis a essa responsabilidade: a CIP será interprete dos anseios de todos os seus associados e porta-voz dos seus interesses comuns. Na certeza de que só apostando nas empresas poderemos abrir perspetivas para um futuro mais próspero para Portugal.