A CIP teve já a oportunidade de lamentar a decisão de saída do Reino Unido da União Europeia, que consideramos contrária tanto aos interesses britânicos como europeus.

Consideramos agora necessário, num quadro de respeito pela decisão soberana do povo britânico, retirar todas as consequências deste facto e apontar o foco ao que deve ser feito para prosseguir o nosso caminho.

Não pode ser esquecido que, tal como o acordo de saída, é essencial ponderar também sobre o acordo que vai estabelecer o novo tipo de relacionamento entre o Reino Unido e a União Europeia. Esse é, para as empresas, um aspeto verdadeiramente importante.

Preocupa-nos, particularmente, minimizar os fatores de instabilidade e incerteza em relação ao futuro, ao nível do relacionamento económico, a partir do momento em que o Reino Unido abandonar, de facto, a União Europeia.

Com as negociações que se seguirão é nosso objetivo manter, tão próximas quanto possível, as relações económicas entre a União Europeia e o Reino Unido. Para isso consideramos imperativo evitar a criação de obstáculos desnecessários ao comércio e ao investimento, garantindo, ao mesmo tempo, condições leais de concorrência.

As empresas a nível nacional e europeu, incluindo as empresas britânicas, estão de acordo com estes princípios. A CIP, através da sua participação na BusinessEurope, pode testemunhar que as confederações europeias de empregadores estão reunidas em torno deste consenso.

Neste processo, não podemos esquecer as relações históricas que unem os dois países, não negligenciando também as oportunidades que poderão existir para Portugal, designadamente em termos de investimento estrangeiro. Neste sentido, a CIP congratula o Governo de Portugal pela criação da estrutura de missão “Portugal In”.

Acima de tudo, as negociações que se seguem devem ser conduzidas de forma construtiva. É preciso negociar com serenidade, sem hostilidades, num espírito de reciprocidade e respeito mútuo.