Com uma economia crescentemente internacionalizada e integrada na Europa, os desafios da União Europeia são também, cada vez mais, desafios para Portugal.

Leia aqui o artigo de opinião desta semana assinado por António Saraiva na sua coluna semanal do Dinheiro Vivo, ao sábado.
Publicado no Dinheiro Vivo, edição de 06.04.2019

https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/gracas-a-europa/

Esta semana, a BusinessEurope, organização que reúne as confederações empresariais europeias, deu início à sua campanha de sensibilização para a importância das eleições para o Parlamento Europeu. A campanha abriu com a divulgação de um vídeo onde pessoas de toda a Europa que dirigem ou trabalham em empresas de todas as dimensões, como a portuguesa Ramirez, dão o seu testemunho sobre a União Europeia.

Nas mensagens apresentadas, sob o mote “graças à Europa…”, é referida a importância do mercado único e do euro para o desenvolvimento e a internacionalização das empresas; são dados exemplos do apoio europeu ao financiamento de infraestruturas, de investimentos empresariais e de projetos de investigação e desenvolvimento; é destacada a estabilidade, segurança e abertura que a União Europeia confere à atividade empresarial.

De facto, o ponto de partida deve ser relembrar o quanto alcançámos graças à União Europeia, para tomarmos consciência da nossa pertença a este projeto comum de paz e prosperidade, do qual depende, em larga medida, o nosso futuro.

Como já afirmei diversas vezes, com uma economia crescentemente internacionalizada e integrada na Europa, os desafios da União Europeia são também, cada vez mais, desafios para Portugal e para os portugueses.

Enfrentamos, efetivamente, grandes desafios. A nível interno, a divergências de interesses dos Estados-Membros e a falta de coesão fragilizam o projeto europeu, num ambiente onde os efeitos da crise económica e financeira ainda se fazem sentir. A nível externo, vivemos num contexto incerto, com alianças históricas que se degradam e o retorno do protecionismo, num momento em que seria necessário gerar consensos para dar resposta a desafios globais.

Temos, assim, que usar este momento de mudanças políticas para fortalecer a união interna, assegurar maior convergência entre as economias dos Estados-Membros e avançar na capacidade de resposta às aspirações de maior bem-estar material e de maior equidade dos cidadãos europeus.

Para este duplo objetivo de coesão e prosperidade, as empresas são agentes fundamentais. Sem o seu esforço, e sem um ambiente atrativo para o investimento e a inovação empresarial, dificilmente a Europa ultrapassará os seus desafios.

Mas para que este projeto comum seja capaz de mobilizar as vontades dos seus povos, precisa de verdadeiros líderes.

Por isso, como podemos ouvir num dos testemunhos do vídeo da BusinessEurope, não deixemos a Europa para aqueles que se limitam a chamar a atenção para os problemas, mas para aqueles que trabalham nas soluções.

Votar é o primeiro passo para ser parte da solução.

 

Veja o vídeo da BusinessEurope: