A CIP – Confederação Empresarial de Portugal – apresentou hoje o estudo “Brexit: As Consequências para a Economia e para as Empresas Portuguesas”. O estudo, promovido pela CIP e realizado pelos especialistas da Ernst & Young – Augusto Mateus & Associados, conclui que no cenário mais otimista, o Brexit terá um efeito negativo de 15% nas exportações portuguesas para o Reino Unido. As perdas potenciais poderão, no entanto, chegar aos 26%, num cenário mais negativo, em que não exista qualquer acordo entre o Reino Unido e a União Europeia. No total, é estimado um impacto negativo entre 0,5% e 1% no PIB nacional.

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Num momento em que se vive um clima de forte incerteza e de apreensão sobre a forma como o Brexit se materializará, a CIP tomou a iniciativa promover este estudo que contém uma análise aprofundada dos riscos envolvidos e dos diversos cenários que estão em cima da mesa. O objetivo é capacitar as empresas portuguesas para darem a melhor resposta aos desafios que o Brexit coloca à nossa economia. Uma preocupação que se reveste de especial importância tendo em conta que o Reino Unido é o primeiro mercado de destino das exportações portuguesas de serviços e o quarto principal destino para as exportações portuguesas de bens.

“Este estudo vem preencher uma lacuna. Era importante dispormos de uma análise aprofundada para podermos fundamentar a nossa resposta ao desafio do Brexit. Estamos agora mais preparados para apoiar as empresas na gestão dos desafios que o Brexit coloca”, sublinhou hoje António Saraiva, presidente da CIP. Na sessão de encerramento da conferência, o líder da CIP defendeu ainda a necessidade de o Governo implementar uma estratégia em termos de políticas públicas, com o objetivo de minimizar os riscos associados ao Brexit e maximizar as oportunidades decorrentes deste processo.

O estudo “Brexit: As Consequências para a Economia e para as Empresas Portuguesas” conclui ainda que nem todas as empresas portuguesas sentirão os efeitos do Brexit da mesma forma. Alguns setores são mais sensíveis ao cenário de desconstrução associado à saída do Reino Unido da União Europeia. São eles: o setor dos produtos informáticos, eletrónicos e óticos; o setor dos produtos de equipamentos elétricos e ainda o setor dos veículos automóveis, reboques e semirreboques.

No polo oposto, os produtos de áreas como a silvicultura, a exploração florestal; a pesca; a aquicultura, entre outros, estão entre os mais resilientes aos efeitos negativos do Brexit.

Também em termos de geografias há regiões que estão mais expostas aos efeitos nocivos decorrentes do Brexit. O estudo da CIP conclui que, no que diz respeito ao nível dos bens, o Alto Minho, Cávado; Ave e Tâmega e Sousa estão entre as regiões mais sensíveis aos riscos deste processo, tendo em conta a sua especialização produtiva.

Já no que diz respeito ao setor dos serviços, a Área Metropolitana de Lisboa, Algarve e Madeira são as regiões com maior exposição aos riscos gerados pelo Brexit.

Apesar das perdas estimadas para a economia portuguesa, o estudo salienta que o Brexit vai também gerar oportunidades que podem ser aproveitadas pelas empresas lusas. Recorde-se que com o Brexit o Reino Unido terá mais dificuldades em importar e exportar de e para outros países da União Europeia. Neste cenário de profundas alterações das relações comerciais entre o Reino Unido e a UE, Portugal pode substituir outros países no relacionamento com o mercado Reino Unido no pós-Brexit, assumindo-se como um parceiro privilegiado daquela região.

Para que a economia portuguesa consiga posicionar-se para aproveitar estas oportunidades, o estudo avança com um conjunto de recomendações que passam pela valorização do Reino Unido como parceiro económico de Portugal; pela adoção de práticas empresariais e regulatórias que facilitem o relacionamento com o mercado britânico e por uma maior diversificação geográfica das exportações portuguesas.

“O Brexit exigirá mais diplomacia, por forma a valorizar e reforçar o trunfo da imagem e visibilidade de que o nosso país desfruta no Reino Unido”, sublinhou o Presidente da CIP.

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Créditos: Paulo Alexandre Coelho / CIP

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