Medidas apresentadas vão ao encontro das preocupações levantadas pelo estudo promovido pela CIP. Desenvolvimento e adaptação deve contar com a participação ativa das associações empresariais.

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal congratula-se com o anúncio, pelo Governo, das primeiras medidas de apoio às empresas portuguesas, para prevenir os efeitos de o Reino Unido deixar a União Europeia sem um acordo sobre o processo de transição e o quadro de relacionamento futuro.

Estas são algumas das medidas há muito requeridas e que vão ao encontro das preocupações levantadas pelo estudo promovido pela CIP, que o Governo decidiu, a bom tempo, adotar.

A CIP considera importante a disponibilização de uma “Linha Específica de apoio para as empresas”, assim como o “incentivo financeiro”, mas alerta para a necessidade de o processo de comprovação das necessidades de financiamento ser objetivo e rápido, devendo adotar as melhores práticas já em funcionamento noutros Estados-Membros.

É essencial, também, o reforço da política de internacionalização em relação às empresas que irão ser mais afetadas pelo Brexit, sublinhando-se o papel decisivo que a diplomacia económica deverá continuar a ter.

Nestes processos, deverão ser tidas em conta as realidades setoriais diferenciadas e respetivos tipos de ameaças e oportunidades identificados no estudo da CIP sobre o impacto do Brexit.

Relativamente às medidas de contingência, a CIP considera para a necessidade de “reforço de meios para controlos aduaneiros e postos de inspeção para controlos sanitários”, para além “das necessidades de recrutamento já identificadas sem esta contingência”, mas também, no que se refere ao Turismo, o reforço de meios para facilitar o controlo de chegadas a território nacional, tanto mais que já hoje assistimos a longas filas de espera no aeroporto de Lisboa.

É também necessário que se determine como objetivo a viabilização de pontos de informação e de apoio direto entre as alfândegas e as PME.

O estudo que a CIP apresentou, em outubro, conclui que os efeitos do Brexit para a economia e as empresas podem ser muito significativos, com a redução potencial das exportações globais para o Reino Unido entre cerca de 15% e 26%, e um impacto global entre 0,5% e 1% do PIB.

A CIP considera essencial o desenvolvimento dos Planos de Contingência e de Preparação, e respetivos ajustamentos e atualizações, e sublinha que é fundamental que possam contar com a participação ativa das associações empresariais, por forma a garantir uma maior eficácia.