O empresário Américo Ferreira de Amorim nasceu em Mozelos, Santa Maria da Feira, a 21 de Julho 1934 e faleceu no dia 13 de julho de 2017, a poucos dias de completar 83 anos. A CIP lamenta profundamente a morte deste empresário de reconhecido mérito e de grande competência, que em 1983 foi agraciado com a Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial Classe Industrial, e em 2006 com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Américo Amorim fez carreira no setor da cortiça, sendo considerado por muitos o maior empresário português, e tomou, ao longo da vida, iniciativas próprias de um empreendedor. Aos 18 anos, quando terminou o Curso Geral do Comércio, começou a trabalhar na empresa de rolhas da família, a Amorim & Irmãos, como operário. Mais tarde, fundou com os irmãos a Corticeira Amorim, que atingiu a liderança mundial do setor.

Atravessou os períodos mais conturbados da história portuguesa e mundial com pragmatismo, revelando uma faceta diplomática que lhe permitiu negociar em diversos regimes políticos. Na década de 1960, o grupo Amorim já era o maior exportador português para os países da Europa de Leste e foi dos poucos que conseguiu ultrapassar o movimento revolucionário do pós 25 de abril.

Foi considerado várias vezes o homem mais rico de Portugal, de acordo com o ranking da revista Forbes, e construiu uma carreira brilhante como empresário, ao longo de mais de 60 anos. Uma carreira sempre pautada por iniciativas inovadoras e investimentos audaciosos. No mundo empresarial será sempre lembrado como o “rei da cortiça”, mas os seus negócios foram desde sempre muito diversificados, tendo estado ligado a alguns dos maiores negócios das últimas décadas, como a fundação do BCP ou a privatização da Galp. Para além da cortiça, da banca e do petróleo, desenvolveu negócios em muitas outras áreas, como o turismo, o imobiliário, o ambiente, os vinhos e as infraestruturas.

Américo Amorim revelou-se desde sempre uma pessoa dinâmica e interessada em desenvolver projetos, que foram bem sucedidos.